Axónios Gastos - fibras condutoras ou prolongamentos de neurónios que se encontram já consumidos.

terça-feira, abril 29, 2008

Pão e Cereais?


O panorama agrícola, embora atravesse o período que todos conhecem, poderá retirar sérias vantagens do momento específico em que vive. Chegou um dos poucos momentos na história recente - daquela que eu me lembro com esta "tenra" idade - em que as pessoas voltam a encarar o peso estrutural que representa a agricultura no mundo e no nosso país.

É dada, hoje, a importância devida, sob forma de preocupação, ao problema agrícola. E tanto melhor é esta preocupação generalizada, se nos lembrarmos que até Julho - salvo erro - será apresentada a nova lógica da PAC. Interessa pois pensar os erros e as consequências. E sobre este assunto voltarei em breve e com maior profundidade.

Para já, pedia que os intervenientes e responsáveis devidos, fizessem todo o trabalhinho de casa antes de quaisquer declarações, para que não aconteça isto:

Jaime Silva diz aos «portugueses «para estarem tranquilos» garantindo que «os alimentos não vão faltar», já que o país produz «pão e cereais»

É verdade que podemos estar tranquilos, mas a razão não é a referida. Tomara nós conseguirmos responder a metade da procura interna, quanto mais...

|| JMC - João Maria Condeixa, 20:45 || link || (1) Comentários |

quarta-feira, abril 23, 2008

Não percebo...

Não percebo aqueles do PSD que contestam Sócrates e que agora esperam efusivamente a chegada de Ferreira Leite à presidência laranja:

Se contestam Sócrates por causa do Socialismo, não deviam poder aplaudir MFL; Se contestam Sócrates por causa da obsessão pelo deficit, o melhor é enfiarem a viola no saco com a vitória de MFL; Se contestam Sócrates pela sua arrogância e autoritarismo, o melhor é calarem-se enquanto é tempo. Se contestam Sócrates por causa da equipa de governo, é melhor esperarem - e nós também - para ver! Se contestam Sócrates por causa de Maria de Lurdes Rodrigues, é bom que se lembrem de MFL enquanto Ministra. Se contestam Sócrates por causa dos impostos, é bom que se lembrem dos vários avisos sucessivos feitos por MFL ao longo destes últimos meses, em que se recusava a pensar em qualquer descida. Se contestam a forma como Sócrates se dirige à AR, é bom que se lembre...ooops!...que MFL não é deputada.

|| JMC - João Maria Condeixa, 23:07 || link || (2) Comentários |

segunda-feira, abril 21, 2008

As aparências iludem!

«A repetência, ou o chumbo, é o elemento mais facilitista do sistema educativo»
Esta é a ideia da Ministra que mais posts tem merecido da minha parte aqui no CC.
Confirma-se, então, aquela ideia de que tudo vai bem para Maria de Lurdes Rodrigues, desde que as estatísticas estejam favoráveis. A chamada política para "inglês ver"!

Entre trapalhadas com os exames finais, cegueira e surdez para com os professores, uma enorme vontade de reformar o ensino pela via mais facilitista possível, e outros factos que a memória vai acumulando, reúnem-se as provas que permitem concluir o quão desadequada é Maria de Lurdes Rodrigues para esta função.

Se somarmos a esta ideia de que os chumbos não devem existir, a forma como está a ser aplicada o "Novas Oportunidades" e ainda a entrada nas faculdades para "Maiores de 23", mais dia, menos dia, teremos recém-licenciados de plástico! Licenciados fast-food!

É que as apararências iludem e se as estatísticas não corresponderem à realidade só nos estaremos a enganar a nós próprios.
Que tristeza, Sra Ministra!

|| JMC - João Maria Condeixa, 21:55 || link || (0) Comentários |

terça-feira, abril 15, 2008

Pediram tudo a troco de nada!


A verdade é que não tive a oportunidade de ver, ao vivo, 100 mil professores a exigirem a demissão de uma Ministra que tem no autismo, prepotência, falta de rigor, mentira, injustiça, arrogância e incompetência, as suas principais características políticas. Todos os sete pecados que se mostraram suficientes para, também eu, entre muitos outros, pedir a sua demissão.


O azar é que Sócrates não podia aceitar, nem promover a sua demissão, pensava eu. Perdendo esta Ministra, Sócrates perderia toda uma marca de arrogância pseudo-reformista.

No entanto acabou, felizmente a bem da educação e dos professores que teimosamente insistia em ignorar, por recuar. Não a demitiu, mas o governo, que está a cair em fragilidades e cansaços sucessivos e só não caiu neles mais cedo graças à presidência da União Europeia, recuou com o último reduto de uma marca. De uma marca má, falsa, pseudo-reformista, propagandística, mas de uma marca.

Com o fim dela assistiremos ao principio do fim da maioria de Sócrates: é que as pessoas não se encontram disponíveis para serem hostilizadas sem que sequer exista a contrapartida da melhoria geral.

|| JMC - João Maria Condeixa, 23:54 || link || (0) Comentários |

quarta-feira, abril 09, 2008

Política e Religião

Existem três assuntos passíveis de gerar uma discussão digna de um bom serão: futebol, religião e política. Se não contarem comigo para o primeiro, tal é a minha ignorância futebolística, os outros dois serão motivo suficiente para vos bater à porta com uma garrafinha de tinto.

Tudo começa com o AAA a perguntar se podem os católicos ser liberais. Para mim, que também não defino, nem faço tenções de definir, quem é ou não de direita, ou o que deixa ou não a Igreja de fazer, podem.

Ao que parece o Rui Castro não pensa assim e o Nuno Pombo espera mais informações para poder responder. Felizmente a resposta do meu amigo João Vacas, dá-me espaço para responder sem deixar de ser de direita ou sem correr o risco de parecer menos católico. Mesmo que ele comigo não esteja de acordo, como em algumas situações já aconteceu, sei que me dá espaço para isto, como eu lhe dou espaço aos rojões que por vezes dali saem, ou não fosse ele um antigo GFAS.

É verdade que muitos católicos encontram no Estado, tal como alguns socialistas, uma boa ferramenta para fazer valer os seus valores. Mas não chego a pensar que a única diferença destes últimos para os primeiros é crerem em Deus, como faz o AAA. Até porque há socialistas que felizmente são católicos.

A verdade é que eu prefiro passar esses mesmos valores para a sociedade, se ela assim o entender, sem recorrer ao auxílio Estatal, tal como, entre outros aspectos, foca a encíclica “Deus Caritas Est”:

“A Igreja não pode nem deve tomar nas suas próprias mãos a batalha política para realizar a sociedade mais justa possível. Não pode nem deve colocar-se no lugar do Estado. Mas também não pode nem deve ficar à margem na luta pela justiça.” ... “Um Estado, que queira prover a tudo e tudo açambarque, torna-se no fim de contas uma instância burocrática, que não pode assegurar o essencial de que o homem sofredor — todo o homem — tem necessidade...”

“Não precisamos de um Estado que regule e domine tudo, mas de um Estado que generosamente reconheça e apoie, segundo o princípio de subsidiariedade, as iniciativas que nascem das diversas forças sociais e conjugam espontaneidade e proximidade aos homens carecidos de ajuda. A Igreja é uma destas forças vivas...”

Este parece-me um bom ponto de partida para a resposta que o AAA pretendia. Lendo isto e podendo não concordar com tudo ao pormenor, tenho quase inteira certeza que existe espaço para o liberalismo católico na política e na Igreja, sem que se confundam, jamais, os diferentes papéis que desempenham na sociedade.

Para mim - e é aí que entro em desacordo com este excerto da encíclica - a Igreja não tem de esperar nada do Estado sobretudo porque "a actividade caritativa cristã deve ser independente de partidos e ideologias." Nem o Estado deve esperar nada da Igreja, quando se afirma laico. E se, partindo das ideias aqui apresentadas, o católico, convicto das suas acções para com o próximo, encara que a melhor solução reside no liberalismo, independentemente do grau, Rui Castro, que razões o impossibilitam de ser?

Originalmente postado na Câmara de Comuns
|| JMC - João Maria Condeixa, 17:23 || link || (0) Comentários |

segunda-feira, abril 07, 2008

Melhor que o da Carolina Michaelis

|| JMC - João Maria Condeixa, 00:00 || link || (0) Comentários |

sábado, abril 05, 2008

Shine a light

|| JMC - João Maria Condeixa, 20:58 || link || (0) Comentários |

quinta-feira, abril 03, 2008

Para uma ponte bestial, um imposto especial

Eu pessoalmente não consigo justificar uma ponte em detrimento da outra. Não posso, nem quero. Faltam-me os dados necessários para conseguir extrair uma conclusão séria e sustentada.

Mas no meio desta discussão e exercício ao mais velho estilo do SimCity, há sempre uns quantos treinadores de bancada capazes de opinar sobre o local mais indicado: Barreiro/Chelas, Beato/Montijo, Algés/Trafaria, Empresa-onde-trabalho/Minha-casa. Invariavelmente as opiniões vão para os locais que mais convêm aos que opinam.

Da mesma forma, invariavelmente o Governo vai buscar receitas da forma que mais lhe convém: neste caso e nos outros, criando ou aumentando impostos.

Agora quem for beneficiado pelo TGV – como se existissem apenas benefícios – passará a pagar um imposto especial que visa regular a especulação imobiliária. Na prática, passaremos a ter os donos de uma nova casa à beira-TGV plantada a pagar o triplo do suposto, pois resultará da soma do preço real ao imposto especial e respectiva especulação acrescida. Tudo porque foi “beneficiada” pelo barulho e tremores resultantes da passagem do TGV.

Será que o executivo Socialista não entende que assim não resolve nada e que a razão que leva as pessoas a escolher a outra banda assenta fundamentalmente nos preços praticados?

Os mesmos que pretende esbater com impostos e taxas...

Também publicado aqui
|| JMC - João Maria Condeixa, 22:01 || link || (1) Comentários |

terça-feira, abril 01, 2008

Carta recebida por mail

«Senhor engenheiro Ministro das Finanças da 5ª Repartição, 4º bairro, Chelas, Zona K, Excelência:

Zé Carlos & Soraia Vanessa vêm por este meio bufar junto de Vossa Excelência os gastos que fizeram anteontem, derivado ao matrimónio que contraíram, aqui ao lado, naquela igreja pré-fabricada que tem a cruz fluorescente em roxo, não sei se está a ver, é aquilo que parece a oficina do Chinas, mas em branco e sem pneus pendurados. Prontos.

Então é assim, tivemos que dar uma data de dinheiro ao senhor padre, mas ele não passou recibo, pelo que achamos que é de prendê-lo e mandar vir outro. Ao resisto da comcervatória, o civil, sem ser pela igreja, esse também pagámos bué, mas esses Vossa Excelência já deve estar a mancar e sobre olho, derivado a serem da família, salvo seja, de Vossa Excelência.

Passamos então ao chamado vestido de noiva, o qual foi oferecido por uma senhora chamada Dona Clara que criou a minha esposa desde pequena, isto agora sou eu a escrever, o Zé Carlos, porque a Soraia foi à bica à Dona São, derivado a que a mãe dela teve de ir bulir para Barcelona e deve ter-se casado por lá, mas ninguém tem a certeza, derivado ao que não podemos, portanto, bufar junto de Vossa Excelência quanto é que custou o casório dela, se é que se casou mesmo, se não bufávamos e Vossa Excelência até era homem para nos fazer um desconto no IRS que eu sei que você era.

O dito vestido de noiva era da Zara e custou 19 euros, há quem ache caro à vista, mas até foi barato, a Dona Clara diz que estava em saldos e aproveitou. Como é de Verão, deve acrescentar-se ao preço do vestido uma embalagem de parasitamor, que foi para a carraspana, genéricos, adquiridos na Farmácia da Dra. Lena (ficou de venda suspensa, por isso não tenho aqui a factura nem o número de contribuinte da Dra. Lena, senão juro que lhe mandava, até porque essa senhora deve estar cheia à custa do dinheirão que leva em preservativos e outros géneros de primeira necessidade, mas prontos, Vossa Excelência, de gatunos deve saber tudo).

Eu levei um fato do Manecas, que é central do Picheleira e mais ou menos do meu tamanho (n/c 128 396 288). Ele não me levou nada pelo fato, só tive que o mandar limpar na Tinturaria Tati, mas foi a minha esposa que o mandou e ela, como disse, foi à Dona São, por isso não tenho aqui a facturazinha, mas acho que é três euros, não sei é se é por peça ou todo.

Quanto ao copo de água, foi servido na já referida Dona São e pago pelo meu padrinho, o Toni (n/c 277 266 109), que me disse que foi um bocado caro, mas não dizia quanto porque não se diz. Mas é perguntar lá que a Dona São faz-lhe a conta. Éramos cinco homens, à média de umas quatro bujecas cada um e seis senhoras, incluindo a minha, que beberam três um compal laite, uma uma mini e duas só quiseram água, que foi uma seca prós brindes, derivado a que não se fazem saúdes com água. E quatro sandes de fiambre, duas de torresmos e um bolicau prá Sandrinha que levou as alianças, as cujas eram e voltaram a ser hoje do meu pai e da minha mãe.

A noite de núpcias não teve gastos, já íamos aviados.

Espero que Vossa Excelência fique satisfeito e que não me venha cá com coimas, porque neste preciso momento a Soraia já chegou e tenho de parar de escrever. Vossa Excelência sabe como é a vida de casado, se é que tem mulher que lhe pegue e interesse nelas (isto é eu na reinação, não leve a mal).

Pede deferimento,
Zé Carlos e Soraia.»
|| JMC - João Maria Condeixa, 00:16 || link || (1) Comentários |
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