O reconhecimento jurídico das uniões homossexuais continua a não ser aceite pelo Vaticano, embora este defenda que «a pessoa homossexual deve ser respeitada plenamente na sua dignidade».
Numa síntese sobre a doutrina social da Igreja, redigida pelo Conselho Pontifício para a Justiça e a Paz e apresentada hoje à imprensa, o Vaticano condena o terrorismo, a guerra preventiva e o aborto e reitera o «não» à pena de morte e aos casamentos homossexuais.
O texto inclui todas as declarações da igreja católica sobre casamentos homossexuais produzidas nos últimos 20 anos e recorda «o dever moral dos parlamentares católicos de se oporem de forma clara e incisiva a qualquer tentativa de aprovar leis que legalizem as uniões homossexuais, assim como de lutarem contra as já existentes».
Fiel ao princípio de que «o casamento é santo, enquanto as relações homossexuais são intrinsecamente desregradas e contrárias à lei moral natural», o documento afirma que «as legislações favoráveis às uniões homossexuais são contrárias à razão».
O Vaticano lembra ainda que as uniões homossexuais «não têm a mesma dimensão de assegurar, de maneira adequada, a procriação e a sobrevivência da espécie humana».
«Colocando a união homossexual num plano jurídico idêntico ao do casamento e da família, o Estado actua de forma arbitrária, contrariando os seus próprios deveres», acrescenta o documento.
in expresso online - 25 Outubro 2004