Axónios Gastos - fibras condutoras ou prolongamentos de neurónios que se encontram já consumidos.

sexta-feira, junho 30, 2006

Malditas cervicais

Numa altura em que os negócios estrangeiros se resumem em ir à bola, Freitas vai à faca. Razões de saúde, para as quais deixo o meu desejo de melhoras, foram a justificação para a retirada de Freitas do Amaral do executivo socialista. Torna-se assim no rosto da segunda remodelação. Uma remodelação que se pedia noutros sectores, mas que apenas poderá vir a confirmar o que se temia. A seu tempo a máquina socialista teria que vir a apropriar-se do governo e a inviabilizar o rumo até aqui seguido. Sai Freitas, retira-se visibilidade ao independente Luís Amado, passando-o para o MNE e entra Nuno Severiano Teixeira, promissor socialista que convém projectar um pouco mais. Entretanto tudo acontece numa altura crucial para o MNE, consequência da frágil situação em Timor-Leste, mas que é minorado por ser véspera de jogatana mundial que asfixia um pouco as críticas e os ruídos de fundo. O que me espanta é não terem aproveitado para mexer em Jaime Silva. Será que acreditam mesmo que ele está no bom caminho ou não têm mais ninguém para a pasta?
|| JMC - João Maria Condeixa, 17:03 || link || (0) Comentários |

quinta-feira, junho 29, 2006

Eles existem, haja quem os procure...


Ontem estive na AR a absorver matéria que me é particularmente querida: Ensino Superior. Numa audição sobre o estado do CNAVES (Conselho Nacional de Avaliação do Ensino Superior), promovida pelo grupo parlamentar do CSD/PP, tive a oportunidade de aprender com os especialistas e fazer uma intervenção que viria a ser elogiada por Adriano Moreira. Um elogio de um gigante vivo. Se há quem marque a política pela sua coerência, honestidade intelectual e fluídez no pensamento, Adriano Moreira é um deles. Um símbolo que tem ainda muito a ensinar, exista quem queira aprender. E porque muitos não querem, cito apenas uma frase para pensarem em casa quando estiverem a mudar de canal em frente à televisão à hora das novelas:
"Se eu vi mais longe, foi por estar de pé sobre ombros de gigantes" Sir Isaac Newton
|| JMC - João Maria Condeixa, 18:33 || link || (2) Comentários |

terça-feira, junho 27, 2006

Desfazer futuro

De uma coisa tenho a certeza absoluta. Não preciso de ser Nostradamus para prever o próximo passo da Juventude Socialista. Os rapazes são tão progressistas, tão progressitas, que esquecem permanentemente o presente e possibilitam-me a mim adivinhar o seu (deles) futuro. Agora falam da eutanásia. Depois dos casamentos homossexuais (prioridade das prioridades sociais em Portugal), da questão do aborto (prioridade das prioridades na implementação do choque tecnológico), da legalização das drogas leves (prioridade das prioridades na aposta na educação), vem a eutanásia. Mas ainda assim conseguem-me surpreender: incluem o "reconhecimento económico da prostituição" numa moção a congresso. Não me digam que esta é a prioridade das prioridades na recuperação económica e que como tal deve ser fomentada...Que mega-cluster económico que certas regiões de Bragança se vão tornar. Esta rapaziada está mesmo muito à frente!
|| JMC - João Maria Condeixa, 01:03 || link || (2) Comentários |

E lá voltou ela com força para salvar uma pátria!

Eu que agora abrandei de ritmo, deparo-me no Causa Nossa com a ressurreição de Ana Gomes. Parece ter redescoberto Timor-leste ao fim destes sete anos. O problema deles, minha senhora, ao contrário do que pensa, não é de agora. Nem é por escrever como alguém que está com TPM que lhes vai solucionar a questão. Escusa, inclusive, de enviar SMS para Xanana e vir bradar aos sete ventos que tem o telemóvel do dito senhor e que por isso pode ser acusada de “interferência nos assuntos internos” de Timor-Leste, que tão pouco lhes resolve o drama. Como já disse, não é de agora. Não é culpa sua. É sim, resultante de um poder comunista rodeado de muito petróleo!
|| JMC - João Maria Condeixa, 00:39 || link || (0) Comentários |

segunda-feira, junho 26, 2006

Tema de domingo


Ao assistir ao jogo do mundial no domingo que passou e que só por acaso não me ofereceu uma síncope cardíaca, acabei por travar uma ligeira conversa com um desconhecido que ao meu lado se encontrava. O futebol tem destas coisas. Aproxima as pessoas. Atrás de mim um casal holandês parecia que me conhecia há anos e juntos íamos vibrando alternadamente. Do meu lado, um desconhecido (que ainda assim permanece) português, que rapidamente trocou algumas ideias comigo para além das que se relacionavam com o esférico.

Dizia-lhe eu, que achava que as pessoas tinham de assumir certas responsabilidades para poderem exigir da responsabilidade dos outros e vice-versa. Hoje eu, amanhã tu! E dizia-me ele, com alguma piada que talvez resultasse do nervosismo provocado pelo jogo:
“O problema é as pessoas serem umas dentro de portas e outras fora de portas! Ou já viu alguém tolerar um buraco na parede da sua própria casa, como os tolera na estrada nacional?”
“Têm de passar a encarar a estrada como parte da sua casa que também devem cuidar e exigir que seja cuidada. Ou vão continuar a “escarrar” para o chão antes de entrar pela porta, para já lá dentro se assoarem ao lencinho de papel?”

Ri-me, concordando com a imagem!
Dito isto deu-se inicio ao desabrochar de cartolinas amarelas: umas resultantes do árbitro, mas muitas resultantes de atitudes naif por parte de profissionais experientes!
|| JMC - João Maria Condeixa, 23:21 || link || (0) Comentários |

terça-feira, junho 20, 2006

As medidas de Mariano Gago vistas pela JP

A Juventude Popular, face às medidas anunciadas pelo governo para o Ensino Superior, vem considerar as intenções como positivas, embora receie que não passem disso mesmo. Até agora as ideias apresentadas pelo Ministro Mariano Gago têm-se limitado a figurar no papel, enquanto o terreno continua a padecer de acompanhamento.

Veja-se, por exemplo, a fragilidade da implementação do processo de Bolonha, que tem sido feita ad libitum sem qualquer coordenação superior. Quando se ouve falar em “profunda reforma” deste sector, a Juventude Popular estranha que não haja sequer o acompanhamento directo na mudança de paradigma que resultará de Bolonha. Para além disso e focando concretamente as medidas anunciadas, a JP considera quase impraticável que as instituições de Ensino Superior divulguem informação fidedigna acerca da empregabilidade dos diplomados. Não por incapacidade das próprias, mas por existirem máscaras estatísticas que maquilham o desemprego de recém-licenciados. De que serve projectar falsas esperanças e construir mercados virtuais?

Quanto à racionalização da oferta dos cursos, tememos que o ministério fique refém das ordens profissionais, tal como tem sucedido em medicina, o que resulta no cenário que tão bem conhecemos. No entanto, depositamos a mais profunda esperança no ordenamento do Ensino Superior, tal é a sua gritante necessidade. Face à rede de ensino que hoje é disponibilizada, consideramos não ser correcto manter excepções. Até porque são foco de fraude e permeabilidade injusta, pelo que o seu terminus é aplaudido pela JP. Apenas alertamos para a realidade africana, que ainda encontra em Portugal a ajuda essencial para ultrapassar uma descolonização mal organizada e assim prosperar pelos seus próprios meios.

Quanto à reforma do sistema, defendemos uma maior autonomia, uma maior responsabilidade, mas acima de tudo uma maior exigência por parte do ministério.
Queremos critérios objectivos na gestão, que se quer profissional; na avaliação, que se quer isenta e frutífera; e no acompanhamento, que servirá para implementar um processo de Bolonha que não tenha pés de barro. Três premissas que não podem vacilar e que até agora parecem ter sido totalmente descuradas por Mariano Gago.
|| JMC - João Maria Condeixa, 01:45 || link || (0) Comentários |

quarta-feira, junho 14, 2006

Desencalhar não fica mal...


As relações entre Angola e Portugal estão de novo na ribalta, muito à custa do primeiro jogo do mundial que confrontou as duas selecções. Aproveitando a temática, nascem documentários. A RTP1 cruza o oceano, muda de continente e vai até Angola testemunhar as relações que lá se dão entre portugueses e angolanos.
O país está agora em paz. Infelizmente o seu potencial ainda não emergiu e, provavelmente, tão cedo não o fará. Mas já é um sonho "americano" para os portugueses. Aquele país africano apresenta nos dias que correm um crescimento económico na ordem dos 20%. Algo de extraordinário, mas algo de muito mal distribuido. A culpa é provavelmente da guerra que, ainda fresca na memória, alimenta determinados grupos e compadrios, interditando a outros o retorno da riqueza produzida. Os interesses são muitos e pelo que vi na RTP1 arriscam-se a edificar um novo Brasil, assente nas assimetrias.
Entretanto o português vai lá experimentar a sorte. E pelo que também vi, é Rei! Vive o que não vivia por terras lusitanas, saboreia o que lhe estava negado e usufrui do que somente tinha sonhado. E não olha para o lado. Não vê o resto do cenário e fomenta a separação entre massas humanas. (este discurso parece quase comunista, mas não é! É anti compadrios, que por sinal são de esquerda, mas que até podiam não ser!)

Mas esse português que lá chega, que tem toda a legitimidade para crescer e para lutar pelos seus interesses, só peca por não olhar para o lado. Que me perdoem ao generalizar, mas pareceu-me, ao ver a RTP1, que o dito português se estava a vingar, deseducadamente, do que por terras ibéricas se queixava. Uma espécie de olho por olho, dente por dente. À semelhança do que se passou muito antes da descolonização, quem estava mal por cá, mudava-se para as colónias em busca do seu quinhão e se possível de um bocadinho de poder para se desforrar do que tinha passado. Mais uma vez peço desculpas por generalizar, mas por lamentar esses tipos de comportamento é que julgo importante denunciá-los!
Há que aproveitar e explorar novos mundos e novos mercados, não digo o contrário, mas há que fazê-lo conscientemente, honradamente, ajudando o próximo e a economia de um país no seu todo! Os portugueses que para lá vão, têm de se desencalhar a si próprios e, como verdadeiros "gentlemans", também os outros que os recebem!
|| JMC - João Maria Condeixa, 22:26 || link || (0) Comentários |

terça-feira, junho 13, 2006

Afinal...

Como achava que não tinha leitores, fico contente por saber que a Beatriz e o Tó Zé Garcia vão dando, diariamente, uma vista de olhos no Axónios. Aqui vai um abraço aos dois!
|| JMC - João Maria Condeixa, 15:42 || link || (1) Comentários |

O gigante que estava adormecido...


No dia em que faz um ano que morreu Álvaro Cunhal, símbolo comunista ao qual reconheço inteligência e convicção, embora discorde inteiramente do seu ideal, a China, também ela ainda comunista, abre mais uma vez as portas à modernidade. Lentamente vai soltando as suas âncoras Maoístas, para aterrorizar, pela sua dimensão e densidade demográfica, aqueles que não abriram os olhos a tempo. Desta feita, lança o seu maior banco na bolsa, sendo que em 2007 (aviso: daqui a menos de um ano) abrirá o seu sistema bancário à concorrência internacional. As movimentações já se dão há algum tempo e os bancos "democráticos" já lá compraram participações. Parece-me que só mesmo jogando na ofensiva e com coragem, poderão passar esta vaga que aí vem! Enquanto isso a abertura vai regozijando os de olhos em bico! Pelos vistos, os que tanto afirmam a liberdade em Portugal (para os que não perceberam, referia-me ao PCP et al) não ficam nada felizes com a liberdade dos outros, noutros cantos do globo. E ainda menos com os seus métodos "capitalistas" para a atingir!
É caso para dizer que o gigante parece acordar!
|| JMC - João Maria Condeixa, 15:17 || link || (1) Comentários |

quinta-feira, junho 08, 2006

Fiel Jardineiro do Outono


Acabei agora de alugar e ver "O Fiel Jardineiro". Grandes filmes se perdem das grandes telas, mas felizmente existe a versão digital que permite absorver, mais tarde, alguma da sua magia. Entre outros atributos o filme ganha pela teoria da conspiração que deixa no ar, tal poeira levantada em África. Mas acima de tudo reforçou a minha convicção num assunto que já aqui tentei debater.

As Nações Unidas assumem o controlo, garantia e instauração da paz pelo mundo fora. Não discuto que não seja pertinente. Discuto sim a acção, a forma e o modelo seguido. Até aos dias que correm, vemos a ONU amedrontamente presente no pré-guerra, camuflada no "durante a guerra" e independentemente do resultado final, pacificadora "ad eternum". Enquanto isso, aquilo que vejo e que o filme evidencia, é a ilusão criada nos povos angustiados. As Nações Unidas continuam a criar expectativas que não conseguem resolver e a dar "rebuçados" que permanentemente resultam em dores de dentes. Novamente reafirmo a necessidade da sua intervenção, mas noutros moldes, com mais coragem e determinação. Inclusive nas imposições acerca do uso do nuclear. Parece que ditam palavras gratuitas, sem sentido vinculativo, que todos podem desrespeitar. Isto quando agem, pois muitas vezes apenas se limitam a pensar.

Enfim, perdoem-me, pois posso estar a ser injusto neste cenário que montei, mas parece-me que as Nações Unidas se assemelham a um Jardineiro no Outono: alguém que sistematicamente arruma as folhas secas num canto, para depois vir o inimputável vento espalhá-las de novo!
|| JMC - João Maria Condeixa, 02:25 || link || (0) Comentários |

segunda-feira, junho 05, 2006

estado take away

Muitos traçaram e traçam modelos de estado. Muitos chegaram, bem ou mal, a aplicar os seus esboços, mas nenhuns se lembraram de reformar as ordens profissionais. Como em tudo na vida, há bom e mau em todo o lado e o comportamento indesejado de uma ordem, não poderá ser apontado noutra sem justa causa. No entanto, há demasiado tempo que parecem ser um estado dentro de um estado. Diz-se que reflectem e aconselham os governos a proceder de determinada forma para promoverem determinada profissão. Mas aquilo que eu vejo, é uma espécie de queijo limiano, onde o bolo total nunca é analisado. Senão, pense-se na ordem dos médicos: há anos que são culpados pelo estado do serviço de saúde, através dos insuficientes "numerus clausus" que estipularam sob a forma de "aconselhamento". Mas o que vemos no país, é uma necessidade de mão de obra técnica, uma entrada de médicos espanhóis para a compensar e uma duplicação da saída de estudantes para espanha que ambicionam exercer medicina. Não vemos uma melhoria geral resultante das ordens profissionais.
Será que não vêem que algo está mal, que têm demasiados previlégios e que esses previlégios condicionam outros sectores económicos?
Ou então, bate tudo certo e neste estado take-away, nascer fora, estudar fora, encomendar médicos de fora é agora um desígnio nacional...
|| JMC - João Maria Condeixa, 01:51 || link || (1) Comentários |

sexta-feira, junho 02, 2006

Alone Again

Estou a ficar isolado. Bem sei que a produção por estes lados não tem sido fora de série, mas ainda assim, sinto que estou a ficar abandonado. O Geraldo parou, no dia em que por lá apareceu a primavera em forma de fotografias, o E Depois do Adeus desde que fez um ano nunca mais foi, nem sequer o mesmo. O NQdI, apesar da perseverança de alguns, mantém o ritmo abaixo do basal e teima em não me adicionar. O resto vai andando, mas sem grandes brilharetes, o que também me deixa preocupado. É caso para lembrar a famosa música do Gilbert O'Sullivan. Alone again, naturally...
|| JMC - João Maria Condeixa, 11:20 || link || (2) Comentários |

quinta-feira, junho 01, 2006

Projectos com pés de Barro

Não me sinto com competência suficiente para molhar sofregamente a colher no assunto do investimento da refinaria de Sines. No entanto e apesar de ainda estar esperançado que esta seja uma estratégia de negociação governativa, há um pormenor que não posso deixar de apontar. O governo pretende avançar, ainda, com enormes elefantes brancos que a serem utilizados, apesar de potencialmente serem mais valias, vão melhorar, sobretudo, as importações. Tendo em conta que todo o projecto de Monteiro de Barros está virado essencialmente para as exportações que tanta falta fazem a Portugal, não fazia mais sentido retirar parte desses elefantes para, prioritariamente, apostar na refinaria em Sines?
|| JMC - João Maria Condeixa, 21:06 || link || (0) Comentários |
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