Nunca simpatizei muito com críticos de cinema. Sempre os imaginei afogados no cadeirão, com uns óculos graduados, utilizando termos típicos de GNR, do género, " Quem é o habitante que habita nesta habitação?" ou " o prevericador irá, portanto, ser autuado", a apreciar pormenores surreais que se dão na tela de cinema, mas que ninguém mais tem capacidade para sequer farejar, quanto mais ver.
No entanto acordei para aí virado e com a sensação que tinha de encarnar pelo menos uma vez na vida tal personagem...
Ora sobre o Fantasma da Ópera apenas sei que é uma obra escrita por Gaston Leroux em 1911 e que é mais tarde adaptada pelo Britânico Andrew Lloyd Webber, que lhe confere ainda mais fama.
Para quem está minimamente ligado à peça e acompanha a sua evolução, o filme não vai ter o sucesso de "Balas e biscoitos:o regresso", principalmente porque as capacidades vocais de Sarah Brightman e Michael Crawford criaram uma sombra a que nenhum artista conseguirá escapar com facilidade. Felizmente o órgão continua, pelo menos para mim, com a mesma força e diga-se que a história tem poder para vingar e arranjar mais uns quantos fãs ao Fantasma...
Mas à parte disto, o que eu gostava mesmo de saber é como conseguem tais críticos separar o que a sua imaginação concebeu, aquando da leitura de algumas obras transformadas em filme, daquilo que lhes é apresentado no ecrán gigante!
Ou será que isso só acontecerá quando a TV Guia e a Maria forem transformadas em longa metragem?
No entanto também há alguns criticos que parecem fazer um frete sempre que vão às salas como os criticos do Público que têm dado uma só estrela a muito bom filme. Compreendo que tenha ficado aborrecido por o Luís Oliveira e o Vasco Câmara terem classificado o filme como "a evitar", porque também já tenho discordado (por exemplo com "the Village"). Não será por isso que colocarei todo o seu trabalho em causa.