Axónios Gastos - fibras condutoras ou prolongamentos de neurónios que se encontram já consumidos.

sexta-feira, janeiro 14, 2005

Viagens no tempo


No dia 01 de Outubro, José Sócrates , acerca da eliminação dos benefícios fiscais disse, "Este é um verdadeiro ataque fiscal à classe média, e se o governo insistir neste caminho, o PS votará contra o Orçamento de Estado", entretanto e passados 3 meses, refere que
"Quanto aos benefícios fiscais, o que eu referi foi que haverá estabilidade fiscal. Houve uma decisão para acabar com estes benefícios e de baixar o IRS. Eu na altura fui contra. Mas acho que passado este tempo, o que devemos fazer é lutar para termos estabilidade fiscal, que é muito importante para as famílias e as empresas".
Ora perante tais afirmações, ou o orçamento e esta questão em particular não eram assim tão prejudiciais, ou o PS não conseguiu entretanto encontrar uma solução alternativa apesar dos inúmeros Gabinetes de Estudo, ou então o espaço temporal é realmente relativizado através da teoria de Einstein e "passado este tempo" é uma eternidade que legitima a mudança de opinião!
E já agora, é preciso "lutar para termos estabilidade fiscal, que é muito importante para as famílias e as empresas"...mas a estabilidade governativa, económica e funcional já não interessou aquando da dissolução...
No poder ou na oposição, a qualquer partido, Portugal pede, visão estrutural, honestidade política, coerência programática e definição das atitudes!
|| JMC - João Maria Condeixa, 04:19

6Comentários:

Julgo que será importante referir a fonte de tais declarações (atribuídas a Sócrates) para que qualquer um de nós possa compreender o que está em causa. Não que coloque em causa a honestidade do autor do blogue mas porque não tive acesso a elas e não as posso comentar. Contudo importa também contrariar a ironia feita à capacidade de alternativa resultado do debate dos gabinetes de estudos porque mau era para o Mundo não existir mais de uma forma de fazer as coisas e ainda por cima que o actual Governo ainda em funções e demissionário(?) possuisse a solução. A ver pelo resultados deste Governo isso seria simplesmente assustador. Ou existe alguém mais recordista em relativizar os tempos de cada opinião que o actual (?) elenco Governativo.
No entanto isto não é debate político. Até porque não aceitar factos como o que demonstra que Durão Barroso e Santana Lopes são os responsáveis por toda a instabilidade política é absolutamente demagógico. Contudo acredito que Jorge Sampaio também tem alguma culpa nesta instabilidade, devia ter convocado eleições à 4 meses. Ora a existência de estabilidade governativa antes da dissolução da AR não é real. Mas este problema já foi resolvido. Agora e se a todos interessar deve o debate ser centrado nos programas políticos de cada Partido Político que, que eu saiba, ainda se aguardam. Julgo que está esgotado o assunto da estabilidade. Quem precisa dela são os Portugueses, não os políticos que os devem representar. Até lá só se pode especular ou, para alguns mais pequenos, balbuciar algumas "abutrices". Parabéns João Condeixa, para quem não tem tido reconhecimento merecido, continuas a defender as causas que ainda tens para ti.
Francisco da Costa
Anonymous Anónimo, at 4:16 da tarde  
Caro demagogo:
Perante tão lamentável comentário, apenas o aconselho a procurar tais fontes em Braille.
Quiçá encontre, neste formato, mais informações disponíveis.
Aconselho também a tomar Cerebrum+ para se lembrar dos indicadores económicos de 2001 (acho que estão disponíveis em Braille!).

O Abutre.
Anonymous Anónimo, at 5:39 da tarde  
"O líder do PS anunciou ontem que, se ganhar as eleições, não irá descer o IRC e vai manter a eliminação dos benefícios fiscais, medida que tinha criticado ao Governo PSD-CDs e se tinha comprometido a revogar." in Público.
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades!

O Abutre.
Anonymous Anónimo, at 3:31 da manhã  
Caro João,
O tempo tem destas coisas, o seu texto ficou desactualizado numa questão de horas. Afinal, José Socrates, que primeiro era contra o fim dos benefícios fiscais, mas depois já o aceitava, agora diz que vai haver benefícios fiscais mas não estes, quiçá outros que por enquanto só ele imagina...
Eu já sabia que o individuo não valia nada, o que não esperava era este regresso tão acentuado ao zig zag de quem de manhã "pensa" uma coisa, mas após um almoço com um qualquer lobby já pensa outra, numa atitude bem guterrista de nacional porreirismo.
Para completar com a cereja em cima do bolo, finalmente um candidato socialista descobriu a polvora e vai resolver todos os problemas do país com o combate à fraude fiscal (dejá vu em 1995).
Preparem-se, vem aí mais do mesmo (1995-2001)

Um abraço

Rui Sampaio
Anonymous Anónimo, at 12:23 da manhã  
Caro João
O local anda um pouco mal frequentado e sobretudo mal identificado. Voltarei com melhor ambiente.
Bom trabalho e bons resultados, para os Portugueses claro.
Francisco Rodrigues da Costa
Anonymous Anónimo, at 9:58 da manhã  
Legislativas-05: Contradições e trapalhadas


Pedro Santana Lopes diz que o secretário-geral do PS, José Sócrates, tem entrado em contradição nas questões económicas. Na resposta, Jorge Coelho considerou Santana o «rei da trapalhada».

Para o primeiro-ministro, o líder do PS tem mostrado contradições durante a pré-campanha, especialmente na área económica. Segundo Santana Lopes, as contradições de Sócrates obrigaram a vários desmentidos por parte de porta-vozes dos socialistas responsáveis por aquelas áreas.

Numa conferência de imprensa que durou cerca de meia hora, Santana Lopes falou das «trapalhadas» do opositor e referiu que não se conhecem as opções ideológicas do actual PS.

«Se o senhor Presidente da República tivesse poder para dissolver a liderança de um partido, certamente dissolveria a direcção do PS», ironizou. Recorda o líder social-democrata: «É tecnicamente impossível com um crescimento de três por cento conseguir um aumento de cinco por cento no emprego (…) Em que ficamos: é mau ou é bom manter as taxas de IRS?»

Recorde-se que dois dias antes, também em conferência de imprensa, o social-democrata Carlos Coelho fez críticas idênticas ao secretário-geral socialista.

«O Eng. Sócrates é um exemplo de contradição permanente. Evita comprometer-se com soluções. Não sabemos, na maioria das áreas, o que propõe para o País e quando fala apressa-se a desmentir-se. Foi assim com os benefícios fiscais. Mas foi o mesmo com a política fiscal», disse, na sexta-feira, Carlos Coelho.

Jorge Coelho: «Santana é rei das trapalhadas»

Na resposta, o coordenador operacional da campanha socialista, Jorge Coelho, classificou o líder do PSD como «o rei das trapalhadas».

Também durante uma conferência de imprensa, Coelho deixou um conselho: «veja-se ao espelho primeiro, ouça e veja as declarações que já fez».

Relativamente aos benefícios fiscais, o dirigente do PS manteve que os socialistas consideram errado que se retire à classe média a possibilidade de contar com condições para colocar as poupanças, mas adiantou: «O que nós dizemos é que em 2005, e porque já está a decorrer a aplicação do Orçamento de Estado, era irresponsável e irrealista retirar esta proposta».

Ainda relativamente às finanças, o coordenador operacional da campanha do PS reafirmou que, em 2005, o PS não irá nem baixar, nem aumentar os impostos.


Domingo, 16 de Janeiro de 2005 - 23:30
Anonymous Anónimo, at 10:10 da manhã  

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