O respeito pela pessoa, pelo ícone, pela santa que ontem deixou a terra mais triste, mas o céu seguramente mais rico, leva a um dia de luto nacional. Nada mais compreensível se atendermos à história da sua vida, da vida dos portugueses e da interacção entre ambos.
Então porque gera controvérsia?
Será que a resposta não poderá estar nos segredos que ela mesmo transportou?Morrendo aos 97 anos, no dia
13 de Fevereiro, teve o honroso desígnio de servir como, a testemunha que viria a perpetuar o milagre de Fátima. Nossa Senhora numa das aparições, a cada dia
13, transmitira desde logo, a necessidade da Irmã Lúcia ficar neste mundo "mais algum tempo", ao contrário do que aconteceu com Francisco e Jacinta.
Ora durante esses anos foi transmitindo os
"3 segredos de Fátima".
O primeiro, a
visão do Inferno e a consequente necessidade de oração a Nossa Senhora do Rosário.
O segundo, de profundo carácter político mundial, dizia respeito à
conversão da Rússia, que à data tinha vivido a revolução bolchevista de 1917, e que se verificaria aquando da Perestroika em 1984, pela mão de Gorbachev.
O terceiro, aquele que me parece vir fundamentar a minha questão inicial, referia-se à
perseguição ao Papa e à Igreja Católica. João Paulo II ficou devoto de Nossa Senhora de Fátima após ter sobrevivido ao atentado no Vaticano a
13 de Maio de 1981 e iniciou o lançar do alerta para a perseguição aos valores católicos e a tudo o que a Igreja simboliza. Terá sido essa a razão para a dita "união das Igrejas"?
Ora, será que hoje não vivemos e viveremos a dita perseguição?
Será que a resposta à minha pergunta inicial não estará no terceiro segredo de Fátima?
Vejamos. A discussão em torno do
aborto, em torno dos
valores morais, em torno das
uniões de facto e do
casamentos homossexuais, em torno dos
atentados à família. A própria mensagem de que os
fiéis não deverão "abdicar de participar na vida política" (João Paulo II, Christifideles Laici, 42), não será um indício que o processo de perseguição teve ínicio e nos devemos acautelar?
Caso contrário como poderei explicar a polémica em torno de
Buttiglione, em torno da
concordata, em torno da
Homilia do padre Loreno de S.João de Brito? Como classificarei
determinados pontos do programa eleitoral do
BE (e do seu defensor Barnabé), PCP e PS? Como adjectivar as suas
posições permissivas? Como considerar a força crescente da
Maçonaria "anti-igreja"?
Terei razão ou será apenas mais uma teoria da conspiração sem nexo? Uma coisa é certa e que deverei dizer para que a leitura deste post seja a correcta e nunca passível de segundas interpretações... sou católico, mas não sou Opus Dei.