Por sorte, muito antes ainda de Ratzinger ser Benedito XVI, comprei o
Sal da Terra, uma longa e rica entrevista com Peter Seewald que serve agora para tirar algumas dúvidas.
Para aquelas vozes que apesar de saberem que não chegam ao céu, insistem em tentar, aqui fica o primeiro esclarecimento:
"Pertenceu à Juventude Hitleriana?
Começámos por não pertencer. Contudo, com a introdução, em 1941, da Juventude Hitleriana obrigatória, o meu irmão foi, de facto, feito membro de acordo com essa norma. Eu ainda era demasiado novo, mas depois, mais tarde, fui inscrito na Juventude Hitleriana, quando estava no seminário. Assim que saí do seminário, nunca mais lá fui. E isso era difícil, porque a redução de propinas, de que eu realmente precisava, estava ligada à comprovação de frequência da Juventude Hitleriana.
Mas, graças a Deus, tive um professor de matemática muito compreensivo. Ele próprio era nazi, mas um homem consciencioso que me disse:"Vai lá uma vez para resolvermos isso..."Quando ele viu que eu realmente não queria ir, disse: "Percebo-te, eu arranjo isso", e assim pude não participar."
Mas agora digo eu...
E se ele para sua infelicidade tivesse sido realmente obrigado a estar na Juventude Hitleriana e depois "convertido", tivesse seguido o seu caminho no sacerdócio, não poderia ser um excelente Papa? Um Papa que inclusivamente por ter presenciado tais atrocidades, não as viesse combater com maior alento?
