A Arte da Fuga que permita que eu humildemente contribua para
este post e que plagie o seu titulo.
Isto porque se o “princípio de um pesadelo burocrático de dimensões imprevistas e de consequências muito perigosas” (a busca da qualidade), foi gerado pela mentalidade militar, não é menos verdade, que a conquista espacial foi o seu motor de desenvolvimento e principal meio de projecção.
Em 1959, a NASA, sob a necessidade de garantir alimentos 100% seguros para os seus astronautas, adjudica à empresa Pillsbury a criação do sistema HACCP (Hazard Analisys and Control of Critical Points). Condicionados pela falta de espaço de armazenamento e pela necessidade de evitar a todo o custo a degradação do bem-estar físico (não falando no psicológico) dos seus astronautas, a NASA exigiu um sistema que conseguisse apresentar produtos com zero defeitos. Assim surge o HACCP.
Hoje, este sistema, extrapolou as suas funções iniciais, pois permitiu, através de si, sonhar com a “Qualidade Total”, isto é, a qualidade a todos os níveis de qualquer empresa, incluindo as que não tratam bens alimentares.
Assim, o tal pesadelo que o
António Costa Amaral fala, agrava-se. Pois se almejando a qualidade alimentar, o estado leva à eliminação do auto-controlo e ultimamente à imposição de galheteiros invioláveis (que eu nem desgosto da ideia), quando passar a desejar a “qualidade total”, obrigará as empresas a apresentarem, todas elas, resultados satisfatórios, eliminando a livre-concorrência (pelo menos nos seus princípios) e o funcionamento de mercado, enquanto agente de equilíbrio (já esta ideia até desgosto).
Será então a qualidade um fantasma do futuro para os liberais?
Deverá ser combatida? Reprogramada?
Um pormenor é certo. Pode ser ou não, a qualidade, uma justificação para o Estado fomentar “certos negócios” a privados? Estou certo que sim. Faz-me lembrar, embora ligeiramente diferente, a legislação referente ao uso obrigatório de coletes de sinalização.