É curiosa a evolução que a terminologia das doenças vai sofrendo. É sinal que acompanha os tempos e as vontades, as tendências e manias! Senão veja-se:
Na Idade média, a doença que mais terror terá causado, terá sido a "peste negra"! Como o próprio nome indica, a ela estava e está associado a imagem do mistério, da morte, enfim, a imagem de um misticismo sombrio. É natural, eram os tempos que ditavam tal vontade pois o desconhecimento era preenchido pela mítica...
Entretanto evoluímos em todos os sentidos e surgiu a SIDA (Síndrome da Imunodeficiência adquirida) que contêm na sua denominação uma ligeira explicação sobre si mesma. Também é natural, as pessoas têm acesso à educação, formação e informação, pelo que são capazes de compreender e exigem mesmo que assim seja.
No entanto, se pensarmos no imediato, poderá existir um extraordinário sinal da evolução dos tempos. Vivemos agora afligidos pelo vírus H5N1. Um nome que nada nos transmite, que não indica rigorosamente nada, que não permite a ninguém compreendê-lo melhor. Assim, apenas podemos pensar em duas razões: ou nem os próprios cientistas sabem muito sobre o H5n1, ou esta impersonalidade é sinal dos dias altruístas em que vivemos. Não queremos saber de ninguém e vivemos numa cápsula tão egoísta que nem as nossas doenças queremos conhecer melhor! Será que estamos assim tão fashion, superficiais e desligados de nós próprios?