“O poeta é um fingidor. Finge tão completamente, que chega a fingir que é dor, a dor que deveras sente!”
[Pessoa, Fernando. Autopsicografia]
José Sócrates é assim…Finge que houve uma recuperação económica de um país dorido, que é Portugal, quando o que aconteceu foi uma retracção económica. Em 2004 (governação PSD/CDS-PP) o crescimento, embora fraco, fora de 1,1%. Em 2005 (Governação Socialista) o crescimento é de 0,3%. Num ano, Portugal viu também aumentar o seu desemprego, viu baixar substancialmente o seu PIB e reduzir pouco o défice. Ao contrário do que prometera, não se concretizou, até agora, a meta dos 150000 postos de trabalho. Ao contrário do que prometera, o emagrecimento da Função Pública está muito longe dos 75 mil anunciados. Ao contrário do que prometera, os impostos aumentaram e o clima de confiança não se sente.
O descontentamento instala-se. E instala-se porque um país como Portugal, não pode continuar a viver de promessas e ilusões. As pessoas precisam de esperança, mas esperam que ao depositarem essa esperança no seu voto, ela tenha o efeito desejado e não seja contrariada (como está a ser), pois caso contrário, vêem alimentada a sua insatisfação e depressa se arrependem da sua escolha…Muitos já se arrependeram! Entretanto, Portugal segue um caminho que se mostra favorável a que os espanhóis nos lancem uma OPA, sem necessitarem de subterfúgios, ex-ministros, operações encapotadas ou razões energéticas! Tudo às claras: “Espanha prepara a compra de Portugal!”
E Sócrates fala no seu fabuloso desempenho…
Ao menos havia alegria.