Axónios Gastos - fibras condutoras ou prolongamentos de neurónios que se encontram já consumidos.

sexta-feira, maio 12, 2006

Contrabando Obrigatório II

Em virtude do penúltimo post ter gerado alguma discussão e perspectivas sobre visões do estado, tornou-se quase irresistível, continuar o tema e aprofundá-lo.
Todos devemos ter consciência da debilidade financeira que o país atravessa. Mas será que essa debilidade se cura com cloreto de etilo (vulgo spray "p'ró peixe-aranha") e a médio prazo voltamos ao mesmo, ou será necessário um tratamento mais completo e reflectido?

Nos dias que correm, as fronteiras abertas dão-nos e devem dar, possibilidade para escolhermos onde queremos nascer ou ser operados. Mas isso tem de ser uma opção e não uma intransigente obrigação. O problema não é aqueles que optam por ir lá fora. Esses, jamais devem ser criticados…é a sua escolha que imperou! O que deve ser contestado, é um estado que pertencendo a uma Europa entre iguais, não possibilita as mesmas ofertas, os mesmos serviços.

Se o estado não tem saúde financeira para oferecer serviços de saúde a todos os seus contribuintes, torna-se ainda mais débil, a partir do momento em que estes são obrigados a recorrer a outras Nações. É inevitavelmente uma fragilidade de um estado e da sua soberania. Estabelecendo a comparação, é uma espécie de empresa que não consegue prestar o serviço que lhe compete e opta pelo out-sourcing para lhe ser possível competir. Mas nos estados não há lugar para tal técnica comercial.

Segundo os tratados de Vestfália (1648), que consagram o princípio de soberania, o estado deve ser detentor da autoridade última sobre o respectivo território. Ora, o out-sourcing não dá espaço para autoridade primeira, quanto mais última.

Assim, a única alternativa é mudar o paradigma actual. Se não há riqueza, nem oxigénio nas finanças públicas, então termine-se com este modelo de estado-providência. Qual a razão de ser o estado a suportar tudo e todos, quando corre o risco de lhe escaparem entre os dedos milhares de pessoas? Porque não passar responsabilidades para privados? Porque não aumentar o leque de escolhas, fomentar a economia, diminuir os riscos de desertificação e deixar de tratar as finanças com medidas retalhistas ou pensos rápidos?

Temos de ter as mesmas ofertas que os restantes países europeus, se quisermos ser respeitados e encarados como nação. Mas temos de sarar as nossas questões económicas. Então a opção passa por abrir o estado e diminuir as suas responsabilidades. De nada serve pouparmos dinheiro em camisolas para comprarmos t-shirts para o Verão, se até lá morremos de frio! Há que ser estruturante. Há que pensar no futuro. Há que mudar um modelo…

Mas por agora ficamos por aqui, com a promessa de continuar…
|| JMC - João Maria Condeixa, 18:45

6Comentários:

Parece que estamos perante o blog dos ex Associativos da AEUE que caem na esparrela de comentar comentários parcimonios do JMC que como sabemos mais não faz que defender o populismo do PP. Gostava de ver os comentários do JMC quanto ao facto de as mulheres Portuguesas todas terem que ir fazer abortos a Badajoz por não os poderem fazer em Portugal dentro da lei que por acaso até é igual(ou quase)à lei Espanhola, antes preferiram começar a dar tiros para todo o lado. Tipico de quem não tem uma visão global dos problemas.O problema não é nascerem em Espanha, mais cedo ou mais tarde isto teria que acontecer numa Europa unificada... comemos produtos Espanhois, eles compram os nossos terrenos,bancos e industrias, e ai já não há problema não é JMC? É a livre iniciativa.O problema não é nascer em Espanha... o problema é nascer...
Anonymous Anónimo, at 8:44 da tarde  
Caro joão,

Concordo com o que dizes: Os problemas sociais e económicos não se resolvem com pensos rápidos. E não acho que esta questão das maternidades seja um "penso rápido". Acho que é fundamentada e sustentada. Está demonstrado. Também gostavas de ter feito uma queima melhor (tal como eu), mas não há dinheiro não há vicios. Penso que esta questão das maternidades é uma entre muitas e temos de ser mais poupados. Muito mais. Mas se os sindicatos (Que como disse medina carreira e bem, os sindicatos é um vicio dos paises ricos) não defendem, nem compreendem a ideia e a realidade Portuguesa e a realidade da dinamica mundial, nunca conseguiremos fazer nada. Todos sabem que estamos em crise, mas enquanto recebermos o nosso salário ela não nos afecta. Abdicamos de uma coisa ou outra, mas crise é que não passamos. É como a água e a seca: Enquanto tivermos agua nas nossas torneiras, como vamos saber que estamos a viver uma seca. Para quê poupar se tenho água? O Problema é esse: Todos sabem que existe, mas ninguem a vive na realidade. Se calhar a àgua devia mesmo de deixar de correr para abrir os olhos. Se "eles" têm falta de água, coitados! Nós é que nunca teremos falta. é tudo uma questão de aceitação e informação. Mas "isto" ainda vai piorar e nessa altura estaremos nós cá para falar...e a culpa nem é deste governo nem do outro. É de todos nós.

Quanto ao anónimo,
o amigo deve ter algum problema por nunca ter passado pela AEUE. e depois deve ter medo em não se identificar...deve pensar que o João vai atrás de si com o rolo da massa...assuma-se e deixe de parvoices. Enquanto existirem PATOS bravos como o amigo o Pais não anda.

Saudinha da boa é que é precisa!!

Miguel Cachão
Anonymous Anónimo, at 6:29 da tarde  
Cachão,
Apesar de achar que o caso das maternidades são pensos-rápidos e discordar nesse ponto, concordo com o resto da tua análise...e por isso mesmo é que te peço que faças a reflexão mais profunda e penses sobre a passagem dessas maternidades para os privados, evitando assim(caso fosse interessante) o seu fecho.
Quanto ao anónimo, a livre iniciativa tem limites...ou não me viu manifestar contra o caso Iberdrola? e já agora, o populismo que me atribui, não será engano, é que defender, sistematicamente, o aborto parece-me bem mais propagandístico do que a minha posição!ou não fosse o BE rico nessa área...
Grande abraço
Blogger JMC - João Maria Condeixa, at 6:38 da tarde  
"It´s the economy, stupid"
Anonymous Anónimo, at 3:48 da tarde  
Respostas que é bom nada. Apenas comentários laterais. Assobiam para o ar, perguntam ou disparam para todo o lado a ver se certam mas mais que isso não conseguem. Já estava a espera.
Anonymous Anónimo, at 6:01 da tarde  
Caro Miguel Canhão,

"...e depois deve ter medo em não se identificar..."

Ainda bem que não passei pela AEUE, ainda ficava como tu.
Mas que tristeza, principalmente para o João Condeixa que até é um rapaz como deve ser.
Anonymous Anónimo, at 12:56 da manhã  

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