Hoje, em 1911, nascia o escudo criado pelo governo provisório português para substituir o real. Cada escudo equivalia a mil reais. Se naquele tempo o objectivo era marcar a transição da monarquia para a república e consequentemente um novo modelo de estado, hoje, com a experiência do euro (moeda única europeia) atrevo-me a ir mais além. Serve também para marcar novos poderes e aqui podemos, sinceramente, reflectir sobre a nossa autonomia perante Bruxelas, bem como para fomentar a economia. Senão vejamos: Passámos da troca directa para o sal, enquanto referência de troca. Do Sal passámos para o Sestércio (perdoem-me a falta de rigor). Do Sestércio para o Soldo e depois para o Talento. Deste último, para o Escudo (enquanto substituto do real) e agora para o Euro. Sempre que fizemos essa transição evoluímos economicamente ( se bem que a última, ainda está por afirmar) e mudámos os poderes governativos. Será esta uma técnica a utilizar ou apenas acontecimentos cíclicos? Será também o Euro presságio de alguma coisa?
Gostava imenso de pensar que entraríamos agora num ciclo económico positivo, confirmando a "tradição" de a seguir a uma mudança de estilo de troca económica ou de moeda, assistimos a um novo impulso económico. Contudo, não é assim... Nem de longe.
Para além das questões identitárias e de indepedência que a perda do Escudo acarretou, assistimos ao desvalorizar constante do poder de compra dos portugueses, que vêem assim os preços inflacionados, enquanto o seu nível de vida está totalmente estagnado.
A mim nem a conversa do Euro-calmo me convence. Não há nada a fazer. Sou mesmo Euro-céptico, ou melhor, euro-pessimista...
Abraço,
Miguel