Ao assistir ao jogo do mundial no domingo que passou e que só por acaso não me ofereceu uma síncope cardíaca, acabei por travar uma ligeira conversa com um desconhecido que ao meu lado se encontrava. O futebol tem destas coisas. Aproxima as pessoas. Atrás de mim um casal holandês parecia que me conhecia há anos e juntos íamos vibrando alternadamente. Do meu lado, um desconhecido (que ainda assim permanece) português, que rapidamente trocou algumas ideias comigo para além das que se relacionavam com o esférico.
Dizia-lhe eu, que achava que as pessoas tinham de assumir certas responsabilidades para poderem exigir da responsabilidade dos outros e vice-versa. Hoje eu, amanhã tu! E dizia-me ele, com alguma piada que talvez resultasse do nervosismo provocado pelo jogo:
“O problema é as pessoas serem umas dentro de portas e outras fora de portas! Ou já viu alguém tolerar um buraco na parede da sua própria casa, como os tolera na estrada nacional?”
“Têm de passar a encarar a estrada como parte da sua casa que também devem cuidar e exigir que seja cuidada. Ou vão continuar a “escarrar” para o chão antes de entrar pela porta, para já lá dentro se assoarem ao lencinho de papel?”
Ri-me, concordando com a imagem!
Dito isto deu-se inicio ao desabrochar de cartolinas amarelas: umas resultantes do árbitro, mas muitas resultantes de atitudes naif por parte de profissionais experientes!