Tanto quanto percebi pela última
pequena fuga do
AA, as doutrinas do ordenamento são tidas como sagradas e poucas vezes questionadas. Pelo que conheço desse mundo, não posso deixar de concordar. Julgo que se deve ao facto de ser uma “visão recente” que ainda não conseguiu quebrar com as barreiras ultra-proteccionistas que eram necessárias no início para que ocorresse a mudança de mentalidade, mas que agora peca por não ter evoluído a tempo de acompanhar as exigências de uma sociedade permanentemente em mutação e sedenta das maiores comodidades (embora muitas vezes não saiba quais são).
Mas o grande problema dele, é que para operar tal “arte” de ordenamento, torna-se necessário ao estado interferir na esfera privada, acção que o repugna muitíssimo. E que de certa forma compreendo. Mas vejamos: grande parte dos temas tratados por esses engenheiros, burocratas e afins, são as chamadas externalidades, i.e., falhas de mercado. Mais concretamente as positivas, sobre as quais recai o nosso bem-estar, sem que possamos contabilizar o quanto dela estamos a usufruir.
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O que eu pergunto é: tenho uma casa, que tem vista para o rio. Paguei uns quantos “aéreos” a mais para usufruir dele e quase garantidamente que o faria pois as casas naquela zona eram todas térreas. Entretanto, construíram um prédio à minha frente que me retirou a vista por completo. Assim o privado, sem interferência do estado, acabou por me lesar a mim que tinha pago pela vista que agora não tinha. Sem ordenamento conseguiria essa garantia?
1. exemplo de "externalidades positivas"?
2. as vistas não são propriedade...