Há muito que perdera o hábito de comprar "O Independente". Fazia-o apenas quando se justificava. Mas sempre que repetia o gesto, acabava por me arrepender de não o ter repetido mais vezes. Marcou inegavelmente uma geração, da qual tive a sorte de fazer parte, mas marcou felizmente, e graças a um raro jornalismo de investigação, muito boa gente que foge às teias da justiça e que se habituou a passar impune às teias do sufrágio universal. Pelo menos ali via um obstáculo à sua noção de democracia e liberdade. Pelo menos ali via mais do que o grilo do pinóquio.
Guardei a última edição d' O Independente. Vai ficar bem conservada, espalmada entre dois quaisquer volumes da enciclopédia Luso-Brasileira. E ainda se assim não fosse, ficaria, na mesma, entre dois volumes da história!
Vejo a última edição e um apanhado de capas passadas. Entre muitas e boas, vejo o falecido Sousa Franco dizer: "Pina Moura é o homem dos espanhóis." Isto diz-se do senhor da Iberdrola?