Esta quinta-feira que passou fui a Coimbra falar numa conferência sobre o Processo de Bolonha. Quando foi aberto o debate a conversa acabou por derrapar para as Ordens Profissionais e a sua pertinência. Defendi, tal como já aqui e noutros sítios o fiz, que as Ordens têm demasiados poderes. Que não podem, nem devem, determinar orientações sobre o Ensino Superior, sobre licenciaturas ou sobre o seu conteúdo curricular. Se ninguém as elegeu a uma escala nacional, quem são elas para definir política educativa? Quanto muito, e já acho demasiado, poderão tocar no mercado de trabalho, mas daí a sobreporem-se a um Ministério ou Ministro, acho excessivo!
Mas o que acho mais estranho foi a discordância quase unânime que se gerou. A maioria dos presentes na plateia defendeu as Ordens e chegou reclamar a existência de novas, bem como maior actividade.
Espanta-me esta postura enraizada numa série de cordelinhos entrançados que não os protege, não os valoriza e só nos castra, a todos. Não digo que não possam existir, mas só se deviam debruçar sobre os assuntos profissionais que lhes dizem respeito e que não transbordam para o resto da sociedade.