Axónios Gastos - fibras condutoras ou prolongamentos de neurónios que se encontram já consumidos.

quarta-feira, janeiro 24, 2007

Em resposta ao SIM V

N'A Arte da Fuga li que Os progressistas são os mesmos, mudam é os progressismos. De facto já tinha pensado nisso:

Durante a presidência de Salazar ou já até na Primavera Marcelista, muitos progressistas (da direita à esquerda) exigiam que o Estado tinha de acautelar devidamente a vida das crianças desprotegidas. Tinha de criar ou melhorar as condições das maternidades, as condições de adopção, de educação básica, enfim, tinha de criar uma rede que protegesse o futuro. O princípio é louvável, o método é que está reconhecidamente errado. O Estado não deve, nem pode suportar toda essa rede. Mas deve possibilitar que se assegure o futuro!

Entretanto o tempo passou, os progressos científicos e tecnológicos fizeram-se sentir e os progressistas (reforço, da direita à esquerda) exigiram a adopção de métodos que prevenissem problemas vincadamente sociais. Mas fizeram-no a montante: exigiram mais informação, exigiram a adopção de vários métodos contraceptivos (gradualmente até à pílula do dia seguinte), exigiram novamente a flexibilização da adopção, exigiram a criação de instituições já fora do aparelho do Estado para protegerem Mães e crianças e exigiram que o Estado criasse, mas mais importante, que deixasse criar, condições socio-económicas para que o futuro, mais uma vez, não fosse posto em causa. Sentiram esse dever moral.

É mais que certo que para mim e para o AA, este percurso ou esta maneira de entender o Estado ainda não é aceitável. Mas vê-se um percurso nesse sentido. Há ainda esperanças que o Estado, por ele, não precise, nem tenha de se preocupar com a fragilidade do futuro. Mas certo é, que até agora os progressistas souberam caminhar sempre a montante da questão, porque teimam agora em progredir a jusante? Será mesmo progressismo não assegurar o futuro? Ou a esperança morreu na praia?
P.S.- se daqui a uns anos tiver um colectivo ou uns bloquistas a defenderem esta causa, tal como se viu agora em França com "30 ans: ça suffit!", não tenho de ter problemas. Devia antes ficar contente!
|| JMC - João Maria Condeixa, 15:33

3Comentários:

Fogo! Tas mesmo com vontade de discutir o assunto... De resto nao ha mais nada de importante para pensar no país do q os abortos... Os abortos que o governam, os abortos da oposicao, os abortos que sonham em ser abortos politicos, os abortos filhos dos abortos politicos, os abortos que sao contra os politicos mas que nem sabem porque o sao... Os abortos que sao contra o aborto mas que sonham em abortar quem faz abortos... Os abortos que sao contra os abortos mas que nunca quiseram nem quereriam cuidar dos produtos de nao abortos dos pobres ou desiquilibrados mentais que nao tiveram posses para abortar.
Como ves, é so abortos num pais onde os proprios abortos discutem o aborto... E viva o cinismo e a hipocrisia tuga!!!
Anonymous Anónimo, at 4:37 da tarde  
que deixasse criar, condições socio-económicas para que o futuro, mais uma vez, não fosse posto em causa. Sentiram esse dever moral.

Excelente frase que coroa um excelente post!

Mas esta não é uma posição "progressista" só porque deixa o "progresso" actuar— referindo-se a palavra maldita "progresso" à evolução livre da sociedade...

Antes pelo contrário, é uma posição liberal porque rejeita engenharias sociais, ou posições acabadas...
Blogger AA, at 5:17 da tarde  
AA,não tencionei assumir-me progressista. Tentei mostrar que posições liberais podem e devem fazer tudo a montante, sem recorrem ao aborto.
Blogger JMC - João Maria Condeixa, at 4:19 da tarde  

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