Axónios Gastos - fibras condutoras ou prolongamentos de neurónios que se encontram já consumidos.

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

Que cada um puxe pelo seu e deixe andar!

Infelizmente, para começar um post destes, tenho de afirmar desde logo que não tenciono defender Salazar. Não devia fazer este parêntesis, mas infelizmente tem de ser, para que possa ser lido, dos dois lados da barricada, sem ideias pré-concebidas!

O Daniel Oliveira está visivelmente irritado com o programa sobre Salazar. Custou-lhe ter visto alguém (neste caso, JNP) defender o antigo Presidente do Conselho. Pois bem, JNP não fez mais que o papel que lhe competia. Foi advogado de defesa daquele candidato a grande português e por isso tinha de o ilibar de todos os outros factores negativos que o afastassem de tal objectivo. E fê-lo de uma forma inteligente, evidenciando alguns detalhes valiosos daquela pessoa, que foram preciosos para Portugal. Tudo o resto descartou, pois afinal de contas, estava num concurso e o rigor/isenção podem ficar para trás.

E cada um puxará assim a brasa à sua sardinha, ou neste caso, ao seu português. Já o fez Odete Santos com Álvaro Cunhal e ninguém se queixou. Até nisso foi feliz a presença, nesta final, daqueles dois arqui-inimigos. Sempre deu para formar uma espécie de contraditório. Sim, porque a apresentação de Odete também não foi, legitima e felizmente, isenta. Também fez o papel dela: tentou glorificar o comunismo através daquela figura (outra coisa não se esperava); tapou actuações de extrema esquerda; escamoteou o percurso que obrigou ao 25 de Novembro; disfarçou o mais possível a austeridade e pulso de aço de Cunhal . Chegou inclusivamente a aproveitar para, em vésperas de referendo, apresentar uma "luta muito antiga do pcp", o aborto! E ninguém teve grandes azias!

Assim, se cada um defende o seu "cliente" da melhor forma possível, o problema não é o que cada um diz, pois a estratégia só lhes compete a eles escolher. O problema é o país não conhecer mais de história, mais dos restantes factos e andar absorto em novelas brasileiras que não lhe permite filtrar e equilibrar argumentos.

A indignação de Daniel Oliveira só pode residir nesse medo! No medo que ninguém consiga pesar os dois pratos da balança. Daniel, olhe que o medo também pode cortar muita democracia...

|| JMC - João Maria Condeixa, 14:00

1Comentários:

Nem mais....

Lindo!
Anonymous Anónimo, at 1:28 da manhã  

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