Yeltsin protagonizou muito do que a Federação Russa hoje representa. Foi dos poucos, senão o único, a tentar implementar o capitalismo logo após o pensamento comunista. E digo isto sem descurar o esforço de Gorbachev e da sua "perestroika". Não criou um regime de transição como qualquer país mediterrânico seria tentado a fazer e muito embora as suas reformas não tenham sido grandemente frutíferas ou isentas de culpa, certo é que a economia de mercado ou a propriedade privada a ele lhe devem o aparecimento por aquelas bandas. É óbvio que favoreceu o aparecimento de outros problemas, alguns dos quais assustam diariamente Putin. Ao ponto deste diminuir algumas das liberdades conquistadas por Yelstsin para ver se as erradica de vez. Oligarcas poderosos criados por Yeltsin e actualmente muito adversos a Putin podem (e aqui a culpa é de empresários e governantes) colocar em causa muitos dos pilares da democracia algo frágil, típica de um país enorme e recente neste sistema político.
A mim, muito há que me atrai neste país, sobretudo o nível de educação que atingiram e as enormes máquinas de massa cinzenta que produziram. Foi lamentável que não as tenham permitido chegar mais longe, reféns de um regime totalitário adverso à evolução e ao espírito crítico. Que pelo menos a geração que hoje lá vive e que tem a minha idade possa conquistar o equilibrio. Que se abra ainda mais ao exterior. Que aposte em todas as suas potencialidades sem menosprezar ninguém de tão vasto território. Que crie a concorrência necessária para a diminuição da corrupção ao invés de cortar as liberdades noutras áreas.