Axónios Gastos - fibras condutoras ou prolongamentos de neurónios que se encontram já consumidos.

quarta-feira, abril 25, 2007

Senhores das liberdades

No “dia da liberdade”, aqueles que se afirmam como os conquistadores deste regime democrático, mas que no seu íntimo ansiaram por outro regime igualmente totalitário ao do Estado Novo, comemoram euforicamente a meta atingida. Comemoram esta liberdade legitimados por uma história enviesada. Comemoram a liberdade atingida, por eles definida, por eles limitada, por eles sonhada, mas nunca construída. Tirando a fase inicial, em que ousaram um golpe felizmente falhado na sua plenitude, pouco ou nada fizeram para que uma verdadeira liberdade fosse criada.


Já todos sabemos que a democracia só é realmente instaurada no 25 de Novembro. Dia esse em que se desfizeram os sonhos daqueles que hoje, de peito inchado, desfilam pelas ruas. Mas essa glória vã, que insistem em reclamar, nunca passou disso mesmo. Até hoje, o projecto apresentado por comunistas, capitães de Abril e outros “heróis” dos cravos que se encontram diluídos por toda a esquerda, incluindo alguns no Partido Socialista, em nada foi promotor da liberdade que lhes enche a boca, os pulmões e a alma.

A justiça social, enquanto pedra basilar da liberdade por eles proclamada, já se viu que não é alcançada pelo projecto que pretendem implantar de um Estado socialista ou de um Estado bolchevique e até nalguns casos, Estalinista declarado.

A democraticidade e aceitação de ideias políticas já se viu que não existe ou não tivéssemos as fabulosas tiradas de Odete Santos nos “Grandes Portugueses” ou este recente episódio com o PNR, para o comprovar. Tudo muito, quase propositadamente, próximo do 25 de Abril, tornando-se fácil para a memória de qualquer um.

Enfim, desde a comunicação social à ASAE, passando pelo SISI ou até aos casos das OPAs, tudo isso são pontos fracos e calcanhares de Aquiles de uma pseudo-liberdade sustentada por esta Constituição da República Portuguesa. Tantas áreas sem liberdade de escolha, tantas áreas de intervenção estatal sobre a iniciativa ou a propriedade privada. Tantas áreas em que a liberdade real é saindo do país, por este não ter mais nada para oferecer. Tantas áreas que podia enumerar onde todos estes criadores da liberdade, que festejam nas praças das cidades deste país, não mexeram uma única palha!

A eles, o meu muito obrigado!

|| JMC - João Maria Condeixa, 19:04

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