Axónios Gastos - fibras condutoras ou prolongamentos de neurónios que se encontram já consumidos.

quarta-feira, maio 02, 2007

Um dia no Estado a ver o seu estado...

Normalmente, quando se precisa de dados oficiais sobre determinado assunto, recorre-se a organismos oficiais. Foi o que fiz. No meu caso precisava de uns dados sobre culturas energéticas e recorri ao IFAP (cruzamento entre ex-IFADAP e ex-INGA), organismo pelo qual andei via telefónica, quase todo o dia.

De um lado para o outro, de um Eng. para outro, de gabinete em gabinete, de telefonista em telefonista, lá me fui apercebendo da monstruosidade que tal organismo, tutela do Ministério da Agricultura, representa! Finalmente cheguei onde queria.

Atende-me um Eng. muito simpático de um gabinete muito importante que me diz com a maior das honestidades (finalmente!) que o que pretendo não o vou conseguir no Estado!

- É melhor recorrer às associações de agricultores!

A desculpa é que têm outras prioridades, algumas exigências da UE para responder e poucos recursos. Muito poucos mesmo!

Sinceramente gostei do senhor! Foi o único honesto, que não me andou a enrolar (muito) e que lá me indicou a quem me devia dirigir. Foi de facto prestável e eficiente!

Mas no fim disto tudo, pergunto: O ministério é enorme, tem inúmeras pessoas e bastantes responsabilidades. No meio de tanta gente, ainda assim, não consegue responder a todas as responsabilidades e passa a bola às associações agrícolas de quem o Ministro passa a vida a dizer mal! Pegam nos dados das associações, transformam-nos em dados oficiais e divulgam-nos interna e externamente! (out-sourcing barato!) Ora, se existe este modelo, se a despesa pública é enorme, pelo que esperam para reduzir substancialmente o efectivo, apostar em áreas-chave e passar parte dos serviços para as associações? Sobretudo se os recursos, que se mostram pesados para as carteiras dos contribuintes, se assumem como escassos para as repostas a dar!

Não há dúvida que o Estado podia e devia já ter sido substituído em muitas áreas!

Se tivesse sido assim, logo que o monstro começou a crescer, os empregos que o Estado suporta estariam noutros organismos/instituições, onde seriam muito mais úteis e nada disto tinha acontecido. Nem a mim que andei este tempo todo à procura de dados. Nem ao país, que anda este tempo todo à procura de rumo!
|| JMC - João Maria Condeixa, 23:51

1Comentários:

Acho esta história tão engraçada !

Tenho uma proposta de estatistica mais motivadora. Exitem 300 000 agricultores.
Quantos são analfabetos ?
Quantos não são analfabetos mas é como se fossem ?
Que consequências tem tal facto na gestão das ajudas ?
Verá que todos os recursos são escassos e mais importante que a sua estatistica é ridicula neste contexto. Essa é infelizmente a realidade em que vivemos.
Anonymous Anónimo, at 9:53 da tarde  

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