Axónios Gastos - fibras condutoras ou prolongamentos de neurónios que se encontram já consumidos.

terça-feira, junho 26, 2007

Estado da Cultura


Ainda agora à tarde, assisti, num painel sobre "Cultura, Estado e a cidade", à defesa da extinção do Ministério da Cultura por António Gomes de Pinho da Fundação de Serralves. Só em despesas do seu próprio funcionamento a máquina devora 50% do montante orçamental destinado à Cultura. Pelos vistos a Cultura, considerada por muitos o parente pobre do orçamento, também é um parente esbanjador. Mas isso é mal de família, arriscaria dizer.


Não entendo, independentemente da visão que têm do apoio à cultura, com mais ou menos Estado, aqueles que compactuam com este cenário nada eficiente. Eu ainda sou do tempo em que tudo cabia numa Secretaria de Estado. E chegava-me uma que apenas servisse de ligação entre os Ministérios que, directa ou indirectamente, se relacionem com as áreas da Cultura. Todas as restantes responsabilidades passariam para o plano da autonomia.


E a propósito de autonomia: como é que é possível que os mecenas permitam que os montantes cedidos sejam canalizados primeiro à tutela, para só depois retornarem aos objectos do apoio? É isto que acontece no Museu Nacional de Arte Antiga e eu duvido que parte do valor que vai e que vem não se perca pelo caminho. Enquanto for esta a visão de autonomia, estamos mal. Muito mal!
|| JMC - João Maria Condeixa, 18:54

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