É habitual ouvir o PPD do PSD criticar o CDS-PP e a sua dependência em torno do líder Paulo Portas. Criticam esse aspecto, sentido receio de uma concorrência directa à sua ala. Ala essa, que sentem estar mais próxima do CDS-PP do que do restante PSD e que por essa razão tendem a disfarçar com um viperino amargo de boca. Sempre que pode e sempre que as coligações o permitem, parte do PPD passa ao ataque directo ao líder do CDS-PP, mais do que propriamente ao partido em si. Serão talvez reminiscências ainda por deglutir resultantes de PP ter sido seu militante na juventude ou provavelmente, e esta é a minha posição pessoal, resulta de PP lhes relembrar regularmente, através de posições dentro e fora da AR, a filiação errónea, o engano de militância. É óbvio que isso lhes causa azia!
Mas falando em dependências, a maior e aquela que menos razões tem para o ser está directamente ligada às crises do PSD. Sempre que a crise surge (como se nestes últimos anos alguma vez tivesse passado) aparecem os dependentes daquele perfil de licenciado em “económicas”, menos político, mais tecnocrata, algo rude, pouco afável ao povo, que teve o seu clímax com Cavaco e que agora se tenta personificar em Ferreira Leite e, até para alguns, em António Borges. Os, já, suspeitos do costume! Os arautos da razão, os cronistas, os opinion-makers, dizem há quase dez anos que a vinda desse Messias não é para já! Que agora não é a altura. Para mim, que saboreio ainda parte da juventude, dez anos significam ou pelo menos deviam significar muitas mudanças. O PPD-PSD e outras cabeças assim não o entendem. Assim sendo, não entendo quem conteste dependências que sendo palpáveis, têm boas provas dadas, em alternativa à eterna dependência em mitos sebastianistas.