A favor de Aquilino tenho muito pouco. Devo ser dos muitos que nunca o leu. Arriscaria a dizer que sou um dos 9,5 milhões de portugueses. Não que nunca tal me tenha sido recomendado, mas admito que a minha simpatia por romancistas do princípio do século em Portugal nunca me inspirou a consumir as suas linhas. Talvez esteja errado, admito. Talvez até me surpreenda quando um dia lhe pegar.
Mas de Aquilino conheço as razões apontadas por aqueles que o querem fora do panteão. Conheço-as, e repudio-as, mas quem escolhe é a AR na unanimidade dos seus deputados. E segundo aquilo que foi o resultado, parece-me a mim que, não tendo sido directamente Aquilino o responsável pelo regicídio, a AR ignorou as conspirações em que Aquilino possa ter participado (eu realmente desconheço o grau) e limitou-se a valorizar a obra literária. Logo, a pergunta que se deveria colocar é igual à que se deveria ter colocado no início: é a sua excelência literária capaz de se sobrepor a partes do seu percurso? Toda a AR assim parece pensar. Eu não tendo lido, não sei!
Mas digo mais, o verdadeiro panteão para mim encontra-se no Mosteiro dos Jerónimos com Luis de Camões e Vasco da Gama. O outro já é muito comercial!
Mas concordo mesmo é com a tua ideia do verdadeiro panteão ser nos Jerónimos, com Vasco da Gama, Camões, Pessoa. E depois acho interessante visitar vários locais para prestar homenagem aos vários Reis de Portugal. Julgo que ganha relevância a sua presença em locais marcantes da sua vida, e não num local comum. E é mais uma motivação a visitar o país.