Já não devem existir guerras espalhadas por esse mundo fora. Já não devem existir povos oprimidos, nem 840 milhões de pessoas a morrer à fome. As fronteiras já devem estar todas imutáveis e os direitos humanos a ser totalmente respeitados. Só pode ser isso, porque a cada ano que passa menos associo o Nobel da Paz ao seu objectivo. Não querendo com isto desprestigiar o trabalho destes dois últimos laureados (Muhammad Yunus e Al Gore), nem sequer questionar a razão de o terem recebido, a verdade é que sinto as suas missões ligeiramente desajustadas ao prémio, ou vice-versa, não sei. É óbvio que indirectamente contribuem para a paz no mundo. E que para além disso, Al Gore, em concreto, foca um tema que será uma das maiores ameaças à estabilidade mundial, como tão temorosamente nos querem fazer crer. Mas ainda assim, continuo a achar que o mundo vai precisando de heróis. Não de tecnocratas, de políticos, nem de economistas, mas de simples heróis. Heróis que no terreno tenham salvo isto ou aquilo, esse ou aquele e que sendo um exemplo mais palpável, mais humano, romântico até, possam melhorar um ponto no globo de cada vez. E sem que isso seja discutível!