Os apologistas e acérrimos defensores da universalidade e igualdade na educação são os primeiros a criar o maior gap social, pois se a autonomia e a possibilidade de escolha existisse e se o fosso entre o privado e o público não fosse tão largo, aqueles que amanhã vão sair do sistema de ensino teriam as mesmas oportunidades.

Assim, aqueles que usam bibes e uniformes são os primeiros a mostrarem-se mais capazes de vencer no mundo das diferenças, o que não deixa de ser irónico!

Quem me conhece sabe que não sou um fanático-doentio pela prestação da escola privada e que reconheço algumas qualidades na escola pública. Talvez por isso, talvez por lhe querer dar alguma oportunidade, seja apologista da criação de um projecto autónomo de valorização do estabelecimento escolar, em que, fugindo da formatação estatal e apostando numa mais valia concreta, uma escola pudesse ser uma justa concorrente com qualquer outra, fosse pública ou privada, possibilitando ao mesmo tempo uma opção e alternativa consciente a quem a frequentasse.

No fundo, se o Estado apostasse na diferenciação, talvez no fim do túnel a igualdade fosse maior!