Tenho alguma dificuldade em encarar um drogado como um doente, mesmo que a definição da Organização Mundial de Saúde assim permita o seu enquadramento. E muito embora o seu comportamento numa fase mais avançada seja totalmente marcado por uma incapacidade de responder correctamente à ameaça, ao mal que o afecta, a verdade é que foi a sua escolha que o colocou nesse infeliz emaranhado. Não há portanto semelhanças entre o seu estado e o de alguém que ficou à mercê de um qualquer vírus ou até de uma depressão. E com isto não quero dizer que haja razão, por si só, suficiente para modificar a postura perante o o combate ou o tratamento, mas já é bom perceber que
não estou sozinho nesta ideia. O nosso
João Pereira Coutinho pensa o mesmo e um tal de Theodore Dalrymple, pseudónimo do médico inglês Anthony Daniels, autor do ensaio "Junk Medicine: Doctors, Lies and the Addiction Bureaucracy", acompanha-o. Fico mais descansado.