Dizia Dostoievski, sobre outra coisa qualquer que não a actual lei do tabaco, que o Homem é um ser que se habitua a tudo. Não deixa de ser verdade. Veja-se a quantidade que deixou de fumar ou reduziu drasticamente com a chegada da nova lei e que se sente feliz e mais livre por isso!
Atenção: não discuto aqui os malefícios do tabaco, nem se ele nos torna mais cinzentões, menos joviais e alegres ou felizes. Discuto sim, a noção de liberdade adquirida por ter diminuido o consumo sob uma condição, quando o podia ter feito, caso fosse realmente livre e assim realmente o desejasse, sem estar debaixo dessa norma que vincula todos ao mesmo modelo.
Eu sou livre por cada cigarro que decido não fumar, não por aqueles que me são proibidos!
Nunca aquela velha máxima " a minha liberdade termina quando começa a do outro" teve tanto sentido de existir. Enquanto não prejudicares ninguém, fá-lo-às de tua inteira liberdade, o problema é quando esse teu gesto/acto interfere com a liberdade/saúde de outros.
Sobre a noção de proibição, temo que tenhas aberto uma caixa de pandora, que te pode abalar outras tantas convicções onde poderias admitir que a lei pudesse ser proibitiva para colher alguns problemas da sociedade. Se me disseres que essa nunca é a solução, desapontar-te-ei, provavelmente se te dizer que não poderia estar inteiramente de acordo contigo...
Um abraço