A par com a necessidade de impôr, por despacho, por projecto ou decreto, medidas que cortam a liberdade de cada um, surge, tal como noutros tempos, a necessidade de encontrar quem esteja disponível para o papel de bufo. Já apareceu anteriormente nesta legislatura - lembre-se os casos na DRE do Norte e na Saúde - pelo que não é de espantar que surja agora a necessidade de imbuir as pessoas desse espírito.
Assim, a barreira da privacidade não será apenas ultrapassada pelo Estado, como passará a ser feita por todo e qualquer um que se queira assumir como delator de casamentos. Os noivos não só devem declarar tudo - nº de convidados, custo do vestido de noiva, quem ofereceu, etc. - como se possível deverão declarar se naquele local de celebrou mais algum copo de água. Tudo a bem do combate à evasão fiscal. Combate esse que quando foi apresentado por Bagão Félix, sem cair nestes extremismos, foi amplamente contestado e dito como não sendo tão necessário quanto era proclamado. Agora passou a sê-lo e quem faz o trabalho já não são as finanças, mas sim o cidadão cumpridor-colaborador-delator-bufo. É caso para dizer a essa rapaziada das finanças para sair da cadeira e ir fazer aquilo que lhes compete! Vá mas é fiscalizar quem foge em vez de obrigar a declarar quem não tem nada a ver com o assunto!
Quem não declara os impostos que colecta como é o caso de quem cobra IVA está a rouba-lo mais a si que ao estado.
Eu não colaboro com quem me rouba ou engana, cobrando imposto e ficando com ele, em vez de o entregar ao estado, como pressupõe a cobrança. Caso entenda que ganha pouco então cobra mais, não rouba o imposto.
Está a ficar um bocadinho permissivo o amigo. Veja lá não fique demasiado liberal lá na sua ala.
Um abraço fraterno.