Hoje, ao subir as escadas do metro do Rato, dei por mim a ler em cada degrau palavras revoltadas de alguns revoltados, que de forma particularmente revoltada, se revoltavam contra o Partido Socialista.
Sentiram-se atraiçoados, os revoltados. Fora-lhes prometido uma coisa e eles, enquanto intermediários de uma negociação, voluntários representantes não solicitados de uma minoria que nem deseja assim tanto casar, sentiram-se defraldados. E revoltaram-se!
Pegaram em canetas negras e reclamaram igualdade em cada um dos degraus da escadaria. Os homossexuais que querem casar - eu não conheço nenhuns, embora conheça muitos - ficaram muito mais felizes. Graças a amigos como estes, vão poder ser muito mais iguais: assim vão também poder passar a escolher não casar, tal como fazem, hoje, a esmagadora maioria dos heterossexuais.
E se tivermos em conta a altura da revolta, num momento financeiro desafogado como este em que vivemos, estou certo que hetero e homossexuais estão muito mais felizes por terem amigos com as prioridades tão bem estabelecidas. Sobretudo porque lhes deram a possibilidade de perceberem o governo, já que até aqui, pesem embora as metas todas não cumpridas por Sócrates, continuavam piamente a acreditar!
Um abraço,
Luis Magalhães