O tempo passa a correr...Já lá vão quase dois anos sobre a última vez que escrevi sobre a co-incineração e esta volta novamente "à baila". Nada como o espírito socrático, que eu desconhecia ser tão obsessivo!! Realmente tenho de estudar os filósofos novamente, para perceber se este nosso Sócrates tem algumas características do outro...Mas para quem não se lembra, pode sempre voltar atrás no tempo e recordar-se de opções bem mais válidas e abalizadas (os CIRVER, apoiados por políticos, cientistas, e ambientalistas) do que esta teimosia de Sócrates, ela sim, a co-incinerar…

Para quem não quiser ter trabalho, deixo alguns factos de então que permanecem actuais:

"Aquando da realização, em 2001, dos mini-testes da co-incineração (nas fábricas de Souselas e do Outão) houve aumento de poluentes para o exterior, o que demonstra a perigosidade do processo"

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"criação de centros integrados de recuperação, valorização e eliminação de resíduos (CIRVER), que teve como suporte o estudo realizado por cinco universidades portuguesas e é reconhecida pelas organizações ambientalistas como a melhor solução".

Acompanhando a actualidade da comunidade cplp em África surge uma grande dúvida:

Um país como Angola, rico em recursos minerais, cujo crescimento é de 27% ao ano, em que o café, o algodão e a borracha têm francas hipóteses de vingar, com uma costa marítima também extremamente rentável, não se consegue impor? Chega ao ponto de se constituir como mercado atractivo para os países de leste que lá vão sedeando empresas e fazendo investimentos?
Talvez não seja de estranhar assim tanto...
No fundo é um país de contradições, pois a par dos dados anteriores, Angola tem também uma das mais baixas densidades demográficas (4 habitantes/km quadrado). O seu índice de urbanização não vai para além dos 12% e no país onde a fecundidade é a mais elevada do mundo existe como contraste o maior índice de mortalidade infantil.

Portugal, com o modelo de descolonização que aplicou, co-responsabilidade de Mário Soares, em nada ajudou a que tais assimetrias e contradições não se impusessem.
A pressa é inimiga da perfeição e nenhum ser humano aprende do dia para a noite a tomar conta de si! Muito menos quando os interesses em seu redor são tantos que só invocam abutres...
Mas será que a sua riqueza, origem de tanto desentendimento político e guerrilhas permanentes, terá algum dia proveito? Conseguirá Angola, enquanto nação, sobrepor-se à inveja pessoal e à ambição humana para atingir a posição que lhe é merecida?