Axónios Gastos - fibras condutoras ou prolongamentos de neurónios que se encontram já consumidos.

quinta-feira, outubro 16, 2008

Axónios completamente Gastos

Os Axónios Gastos duraram mais do que esperava. Afinal só se gastaram por completo ao fim de quatro anos.

E no dia em que festejo os seus 4 anos, com mais de mil posts publicados, declaro este blogue oficialmente encerrado. Afinal, acabar no dia de anos, é acabar como noutro dia qualquer. Mas acreditem que custou.

Por enquanto vou estando - pontualmente - por aqui, no Câmara de Comuns.

Obrigado a todos. Esperemos pelo próximo desafio. Até um dia...
|| JMC - João Maria Condeixa, 23:07 || link || (3) Comentários |

quarta-feira, outubro 15, 2008

À beira do fim!



Rebobinar soa a exercício difícil se o fizermos apenas com base na nossa memória. Não que seja impossível, mas cansa e, inevitavelmente, perdem-se no mar de recordações uns quantos acontecimentos importantes.

Ainda assim, nunca fui apologista de diários. Nunca tive um e confesso que me irritava um bocado quem os tinha. Sempre os associei, vá-se lá saber porquê, a senhoras de meia idade viciadas em calmantes, inveteradas fumadoras de cigarrilhas com boquilha e enrugadas proprietárias de um irritante e frisado poodle. Como vêem a imagem não é abonatória para os diários.

Mas com um blogue dei por mim viciado em descrever aquilo que ia vivendo. De um início distante e calculado que tentava - e mal - tocar a actualidade política, a um fim descontraído, mais intimista, muitas vezes sem rede, que ia ao mais variados temas - desde que tempo existisse para eles - assim foi o caminho nestes 4 anos.

Desde este envergonhado começo, voei rápido sobre as tropelias de Santana e a decisão de Sampaio; vi partir um grande Homem; vivi uns quantos e diferentes momentos no CDS e na JP ao longo dos 4 anos; lamentei a evolução - qual evolução? - da antiga Constituição, hoje Tratado de Lisboa; assisti e fui, também, denunciando as avarias, distorções, confusões e propagandas de Sócrates; vi a chegada de Cavaco; espantei-me com a subserviência da Europa ao Maomé cartoonizado; discuti o aborto e ainda não me esqueci, nem me resignei com o resultado; com este blogue fui criando uma aversão às novas, ridículas e extremadas regras que a Europa foi começando a absorver e dei por mim a ficar, paulatinamente e por via da própria blogosfera, fã de um liberalismo contrário a essa tendência; vi blogues nascerem e outros tantos partirem, como hoje acontece com este; vi comentadores residentes desaparecerem e com eles levarem os insultos e afrontas que me davam alguma motivação para continuar o despique, admito.


O Axónios Gastos vai acabar hoje. Viveu mais, muito mais do que eu esperava. Este é o seu penúltimo post.
|| JMC - João Maria Condeixa, 22:13 || link || (3) Comentários |

terça-feira, outubro 14, 2008

À beira do fim? (2)


Não tenho um filho de 4 anos. Aliás, a bem da verdade, não tenho filho nenhum. Talvez por isso tenha tido tempo para escrever sobre tantos assuntos durante 4 anos seguidos. Bem ou mal, com mais ou menos convicção, com melhores ou piores argumentos, aqui fui deixando as minhas ideias e aqui fui debatendo tantas outras.

Deixei-me levar por um vício que me arrastou ao longo de muitos assuntos, dos quais tentarei fazer um apanhando antes de baixar pela última vez a cancela.


Perdi muitos comentadores residentes, mas conquistei muitos mais visitantes. Ainda que não tenham o hábito de comentar - infelizmente -, sei, por portas e travessas, que muitos se fidelizaram e que no fim o saldo sai positivo: ganhei mais do que aqueles que perdi.

Mas ainda que assim não fosse, não fazia mal. Acima de tudo, este meu primeiro blogue, tornou-se um exercício que me obrigou a uma permanente actualização , que me levou a encaixar diferentes opiniões e a debruçar-me sobre outros temas. Foi um exercício que recomendo.

Agora estou pronto para outro. Vamos ver qual...dia 16 despeço-me!




|| JMC - João Maria Condeixa, 14:43 || link || (2) Comentários |

segunda-feira, outubro 13, 2008

À beira do fim?

Não sei se é das primeiras chuvas, mas a verdade é que enquanto o sol não desponta por completo, fico com nostalgia suficiente para pensar nos motivos que levaram ao arranque deste blogue.
E depois de remexer a memória, como aquelas mulheres que teimam em encontrar o fundo às suas imensas carteiras, descubro que não encontro o que quero. Não me lembro já do que me levou a criar este vício.
Sei que o Axónios está prestes -dia 16 - a fazer 4 anos de existência. 4 anos deste vício que se alastrou por outros blogues em que participo, o que diminuiu consideravelmente a produção por estes lados. Daí que me ponha pensar se valerá a pena continuar. E acima de tudo se me apetece...
|| JMC - João Maria Condeixa, 10:47 || link || (1) Comentários |

sexta-feira, outubro 10, 2008

Uma revolta fora de série

Hoje, ao subir as escadas do metro do Rato, dei por mim a ler em cada degrau palavras revoltadas de alguns revoltados, que de forma particularmente revoltada, se revoltavam contra o Partido Socialista.

Sentiram-se atraiçoados, os revoltados. Fora-lhes prometido uma coisa e eles, enquanto intermediários de uma negociação, voluntários representantes não solicitados de uma minoria que nem deseja assim tanto casar, sentiram-se defraldados. E revoltaram-se!

Pegaram em canetas negras e reclamaram igualdade em cada um dos degraus da escadaria. Os homossexuais que querem casar - eu não conheço nenhuns, embora conheça muitos - ficaram muito mais felizes. Graças a amigos como estes, vão poder ser muito mais iguais: assim vão também poder passar a escolher não casar, tal como fazem, hoje, a esmagadora maioria dos heterossexuais.

E se tivermos em conta a altura da revolta, num momento financeiro desafogado como este em que vivemos, estou certo que hetero e homossexuais estão muito mais felizes por terem amigos com as prioridades tão bem estabelecidas. Sobretudo porque lhes deram a possibilidade de perceberem o governo, já que até aqui, pesem embora as metas todas não cumpridas por Sócrates, continuavam piamente a acreditar!
|| JMC - João Maria Condeixa, 11:04 || link || (1) Comentários |

quarta-feira, outubro 08, 2008

7 palmos abaixo (3)

Quando Thomas More escreveu o seu "Utopia" utilizou uma ilha para que fosse mais fácil esboçar a sociedade que sonhava. Além de ser mais fácil de explicar, há que ver que para um Estado socialista tudo se torna mais facilmente utópico quanto menos fronteiras e trocas existirem. E naquele tempo o mar era um verdadeiro obstáculo, dando assim para criar um habitat utopicamente apelativo.

Em resposta tardia ao Miguel Lopes e servindo de complemento a este meu post, não podia deixar de apontar a coincidência Islandesa. É que afinal acabou também por ser uma ilha a servir de exemplo, para dar a entender mais facilmente, aquilo que há uns dias disse.

A falência de um Estado, por muito estranho que possa parecer, terá certamente mais externalidades negativas que a de um banco.
|| JMC - João Maria Condeixa, 21:37 || link || (0) Comentários |

Sem motivos para preocupação

Não são poucas as vezes que a minha mãe diz "Jugoslávia" quando se refere àquela região do globo. Sabe que assim já não o é, mas o esforço para evitar a desactualização da memória não é muito pronunciado .

O meu irmão mais novo, por sua vez, não sabe o que foi a Jugoslávia, não faz um grande esforço para entender a Sérvia, nem o Kosovo, apenas conhece a Macedónia como prato que detesta e a Bósnia por causa de uma "guerra que para lá houve".

Trabalham os dois, descontam os dois, a situação financeira da Europa e do Mundo preocupa-os.

Mas ficam descansados quando a principal inquietação dos últimos dias dos dois maiores partidos é o reconhecimento de um daqueles Estados.

Descansa-os isso, mas também, ouvir dizer, da parte dos nossos governantes, que a nossa economia não se vai ressentir com estes problemas todos que se vêem lá fora!
|| JMC - João Maria Condeixa, 21:33 || link || (0) Comentários |

terça-feira, setembro 30, 2008

7 palmos abaixo (2)

Em resposta aos comentários a este post:

Para infelicidade dos meus colegas de blogue, não tenho parecenças nenhumas com a Joana Amaral Dias. Não tenho físicas - eles bem gostariam - e muito menos terei políticas.

Só julgo que nesta situação, como em tantas outras, não podem existir instituições que se sintam inimputáveis, tal é a dimensão atingida.

Uma bancarrota real, embora não desejável, pode até ser mais justa. Vejamos de forma fria e pragmática:

O banco vai à falência. Quem tem acções da instituição chora sobre o assunto. Quem lá tem dinheiro a render pode ou não ficar a arder, dependendo da justiça e dos activos da instituição. Dão-se um enésimo de desempregos, as empresas que dependem directa ou indirectamente desses bancos levam parte do impacto, surge uma tempestade económica, mas recorrem a outros e devagar dão a volta por cima.

Neste cenário em que o Estado se atravessa e o banco fale, quem tem acções da instituição chora para, depois de nacionalizado, ir pedir batatinhas ao Estado. Quem lá tem o dinheiro a render não fica para já a arder, pois o Estado, com o dinheiro dos contribuintes, paga aos contribuintes. Mesmo que soe a uma parcial devolução.
Mas neste cenário há mais uma agravante: quem não arriscou naquele banco paga, enquanto contribuinte, da mesma forma os erros cometidos por outros, espalhando-se o mal pelas aldeias!
Entretanto a economia ressente-se, dão-se na mesma um enésimo de desempregos, pois o Estado, mesmo com dinheiro que não é seu, não consegue suportar tudo e todos. As empresas que dependiam dos bancos levam parte do impacto, vêem os seus créditos congelados tal como no cenário anterior, param e sentem-se no dever de ir pedir satisfações ao Estado.
O Estado fale tal como o Banco!

Eu, prefiro a segunda fotografia. E os comentadores apologistas das nacionalizações?
|| JMC - João Maria Condeixa, 22:30 || link || (0) Comentários |

7 palmos abaixo

As razões dizem-se manifestamente outras: se no caso de Vasco Gonçalves era uma loucura ideológica - por mera delicadeza, não lhe chamei só loucura - hoje aquilo a que assistimos nas nacionalizações bancárias que visam aguentar a economia dependentes dos gigantes é uma louca e desesperada fuga para a frente!

Que privados comprem outros bancos ou se fundam, parece-me muito bem: sempre existiu quem conseguisse aproveitar oportunidades únicas em alturas de crise.

Quando tal não é possível e a única salvação que muitos vêem, é uma bóia que já de si flutua pouco, então fico assustado! Principalmente porque o meu dinheiro e o dinheiro daqueles que não colocaram um chavo nessas entidades bancárias privadas, tem agora a franca possibilidade de seguir "down the drain" juntamente com o resto!

É que, quando um gigante economicamente fragilizado resolve absorver, via nacionalizações, 7 gigantes financeiramente derrotados, isso só o irá corroer por dentro!

Mesmo que existam loucos capazes de achar que "o que não mata, engorda"!
|| JMC - João Maria Condeixa, 22:27 || link || (0) Comentários |
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