Axónios Gastos - fibras condutoras ou prolongamentos de neurónios que se encontram já consumidos.

quinta-feira, setembro 28, 2006

Receitas fáceis, experiências terrenas

(hemisférios de Magdeburgo, painel de azulejos da sala 120 do Colégio Espírito Santo)

Na continuação do post anterior e insistindo, de há uns anos para cá, na mesma tecla, aqui está parte da solução para saltar o obstáculo:
A primeira dessas medidas passou pela contratação, há cerca de cinco anos, de um corpo docente renovado e dinâmico, após uma sucessão de saídas de professores por doença ou jubilação.

«Nós não nos limitamos a enviar uns folhetos para as escolas do secundário. Usamos uma estratégia mais substantiva, que passa por mostrar aos alunos do liceu o que cá se faz de facto», disse.

«Assistem a uma conferência inicial, que este ano foi sobre relatividade, e de seguida colocamos-lhes nas mãos o material necessário para realizarem uma experiência, que têm uma semana para desenvolver e para apresentar publicamente as suas conclusões», explicou Miguel Costa.

Resultado:

Dos 38 estudantes que iniciam o curso de Física, nove têm médias iguais ou superiores a 19 valores e três contam mesmo com nota 20.

Numa altura em que a procura dos cursos de Física tem diminuído em todo o país - em Coimbra entraram apenas cinco alunos - a Faculdade de Ciências do Porto viu ficarem por preencher apenas duas das 40 vagas destinadas àquela licenciatura.

Isto em Física, um curso que em Évora encerrou há uns anos e que poderia ter servido de indício a outras licenciaturas para não passarem hoje aquilo que passam.


|| JMC - João Maria Condeixa, 13:16 || link || (1) Comentários |

quarta-feira, setembro 27, 2006

Feira da (pa)ciência

Embora não queira beliscar minimamente os investigadores participantes da I Feira da Ciência, Inovação e Tecnologia da Universidade de Évora, não posso deixar de manifestar a imagem desoladora que tal evento constitui. É bom que uma iniciativa destas se dê, mas não deveria nunca espelhar a tristeza/pobreza/letargia que pelos corredores se faz sentir.

|| JMC - João Maria Condeixa, 22:24 || link || (0) Comentários |

segunda-feira, setembro 25, 2006

Metas a atingir

Falta pouco mais de quinze dias para este blog fazer dois anos. Queria chegar aos 500 posts (garanto que falta pouco) às 30 000 visitas (ainda falta um bocado e mesmo assim não seriam muitas para 2 anos de vida) mas já ficava feliz que os visitantes se habituassem a comentar e me obrigassem a estar mais atento. Até porque nunca gostei de abstenções..
|| JMC - João Maria Condeixa, 23:46 || link || (3) Comentários |

Vaivém, meu filho...

Via ontem na TV, mestres e doutorados no desemprego. Provavelmente vítimas de áreas pouco apetecíveis à indústria portuguesa. Mas se a indústria não existe ou teima em desaparecer, que áreas podem ser oportunas? Certo é, que durante muitos anos a ordem que os pensadores do mercado deram, foi esta:

Tirem pós-graduações, mestrados e outras coisas mais, que mais tarde o mercado recompensa-vos, entretanto alimentem as instituições de ensino superior que estão famintas de galinhas de ovos de ouro e não chateiem.
E deu-se isso mesmo. Os licenciados acabaram os cursos. Ingressaram em estágios enganosos que ao fim de 9 meses lhes possibilitava levar um chuto para a rua e assustados recorriam ao mestrado a fim de aumentarem as suas competências. Não interessava a área, o nome “mestrado” era suficientemente forte.

Depois, aí sim, sem escapatória aventuravam-se de novo no mundo do emprego. Recibos verde, pois claro! Ali no limbo é que vale a pena viver. Entretanto são despedidos justamente na altura em que os filhos mudam de sapatos todos os meses. Ingressam no subsídio de desemprego até que, desesperadamente, aceitam emprego numa área totalmente diferente daquela que lhes enchia os sonhos. O vaivém de empregos sucede-se porque a frustração, desinteresse pela área e procura por outros que tais pelo respectivo lugar são mais fortes.

Aos 40 e muitos estão novamente no desemprego. Desta vez sem lugar para preencher durante tempo indefinido, porque não há grandes oportunidades para esses idosos. É que já lá existem nos ditos lugares verdadeiros idosos à espera de atingirem, a bem da sustentabilidade, os 65 anos.E é assim que esta geração pode vir a pensar viver. Lamento ter sido cinzentão, mas acho que de verde está já meio mundo cansado.


|| JMC - João Maria Condeixa, 21:17 || link || (4) Comentários |

Escola Portuguesa de Arte Equestre


Desconhecia o site, mas vale a pena perder uns minutos pelos jardins de Queluz e admirar uma das poucas tradições que Portugal soube ressuscitar.
|| JMC - João Maria Condeixa, 20:46 || link || (1) Comentários |

quinta-feira, setembro 21, 2006

Não há coincidências



Não há mesmo coincidências. Tenho a certeza que tanto uma como outra têm as piores colunas da imprensa mundial. A vantagem da Sarah Jessica Parker, é que ainda assim faz o papel de Carrie Bradshaw e aquilo passa-lhe logo após as filmagens, enquanto que Margarida Rebelo Pinto está condenada a viver consigo mesma.
No entanto, não deixa de ser curioso o enjôo que me provoca a realidade, quando em ficção até gosto!

|| JMC - João Maria Condeixa, 00:40 || link || (0) Comentários |

quarta-feira, setembro 20, 2006

Curta


Este post nunca podia ser curto o suficiente, tal foi a admiração que a máquina criou em mim. Curt Herzstark inventou este engenho durante o período que passou no campo de concentração em Buchenwald. Começou a desenhá-la em 1937 mas só a conseguiu terminar em 45. Para quem não acredita, trata-se da primeira máquina de calcular portátil!
|| JMC - João Maria Condeixa, 02:55 || link || (0) Comentários |

terça-feira, setembro 19, 2006

Preparando debates

Demora um pouco mais que uns míseros 15 segundos a ler, mas garanto que vale muito a pena. Sem exageros, nem extremismos, sem preconceitos, nem puritanismos, Rodrigo Adão da Fonseca escreve a defesa que podia ser um ataque! "Enviesa à partida um debate sobre o aborto".
|| JMC - João Maria Condeixa, 04:39 || link || (0) Comentários |

segunda-feira, setembro 18, 2006

Bolonha com todos...


Agora que o ano lectivo se inicia e que Bolonha já foi assimilada por muito boa gente pensemos na actuação dos agentes que estão mais ligados à área:

O Ministério da Ciência e Ensino Superior, na pessoa do Prof. Mariano Gago, descartou-se por completo das suas responsabilidades e entregou Bolonha à autonomia Universitária, esquecendo-se que um projecto que ambiciona uniformizar o ensino na Europa, jamais terá espaço para discrepâncias internas.

Por seu lado, as instituições de ensino vão adaptando Bolonha às suas necessidades. Vítimas da decrescente procura, apostam numa Bolonha virtual o seu futuro, implementando “em cima do joelho” e com sedutoras técnicas de marketing um processo que parecem desconhecer. Ao contrário de um projecto estrutural, Bolonha tornou-se nas aspirinas das Universidades. Melhora agora, mas não cura!

E uma das partes responsáveis são as ordens profissionais. Condicionam mais este processo que o próprio Ministério. Chegam inclusivamente, naquilo que pode ser um abuso de poder, a ultrapassar a autoridade do estado e a impor regras ilegítimas.

Com a mesma parcialidade agem os sindicatos e docentes. A maioria apenas “pensa nos seus umbigos” e presos a “direitos adquiridos” colocam entraves a Bolonha. E à custa dessa acção sindical perdemos a competitividade que este processo coloca a Portugal

Por fim, as Associações de Estudantes parecem adormecidas e desatentas. Não reagindo nunca, justo num momento em que todas as alterações são pensadas e aplicadas, serão certamente cúmplices neste desleixo geral, que poderá por em causa o futuro do nosso ensino e dos nossos jovens.

quarta-feira, setembro 13, 2006

Montreal, bem real!

As teses de Michael Moore começam a cair por terra. Hoje foi a vez de "Bowling for Columbine" sofrer um pequeno revés com o acontecido em Montreal. Será que se registará pelo Canadá o velho provérbio "casa roubada, trancas à porta" ou será que nunca foi bem assim como Moore registou?

domingo, setembro 10, 2006

Terceira Via na Pedra Lascada

Não há tentativa de constituir um novo bloco central. Há algo mais do que isso. Há a tentativa de solidificar dois partidos à Third Way (terceira via) do socialismo. Os partidos socialistas de maior expressão em Portugal, tal como os restantes, têm bases enraizadas a uma crença. À sua própria e respectiva crença, mas de igual forma enraizada. Ora essas âncoras não permitem, nem toleram grandes desvios comportamentais do seu partido, o que obriga a estratégias cíclicas, normalmente rotuladas em Portugal, por Bloco Central.

E a estratégia dos dias de hoje não é mais que a desesperante corrida dos partidos socialistas à terceira via de Blair, ou pelo menos a algo parecido. Sócrates, se quiser permanecer mais um mandato terá de cumprir minimamente as suas ambições de campanha. E certamente que já compreendeu que o único rumo possível para si, é seguindo alguns dos aconselhamentos que Giddens deu a Blair. E essa evolução socialista só será admitida se tiver um bode expiatório como o PSD para se proteger, caso contrário o PS mais à esquerda, nunca o permitiria.

Por sua vez, a ambição de Marques Mendes aliada à percepção da sua incapacidade de modificar o partido internamente, levam-no a pensar em tábuas de salvação externas. Os seus opositores internos não lhe permitem ficar na história do partido através das reuniões magnas, assim, por fora, poderá remodelar alguma da social-democracia e atingir algum protagonismo no futuro. Até porque a terceira via se adequa melhor ao PSD que ao PS, mas até agora um dos requisitos principais para a sua implantação, o exaustivo diálogo, tem estado do lado oposto.

Assim, se até agora os desvios comportamentais do PS eram ainda ténues, poderão ser aumentados com a colaboração do PSD a mascarar. O único problema está na base de todo o processo de adaptação da terceira via:
Sócrates não sucedeu ao liberalismo de Tatcher, mas sim ao cinismo dialogante de Guterres. Marques Mendes não está no poder, nem corre esse risco. Portugal não pode saltar para a idade do Bronze sem passar pela do Ferro. Tem de primeiro liberalizar a economia e encontrar aí o seu Estado. E só depois entrar noutras filosofias.

quinta-feira, setembro 07, 2006

O estado-elmyra fudd


Via A Arte da Fuga, cheguei a uma bela e simples análise acerca de um estado tão amigo, tão amigo, que de tanto abraçar o seu povo, os deixava a sufocar. No insurgente, por André Abrantes Amaral.
Estou certo que o autor concordaria comigo na analogia a Elmyra Fudd!

domingo, setembro 03, 2006

60 anos


Bohemian Rapsody, Queen


Eu nasci tarde. Freddie Mercury morreu cedo. Nunca o verei em palco.

sábado, setembro 02, 2006

Barcos à deriva


Todo este protagonismo dado e assumido, pelo presidente do PND, Manuel Monteiro, só serve um propósito. O de aplicar uma "segunda-de-mão" na pintura de um Governo Socialista que já não se diferencia ideologicamente do PSD e que por, assim, não servir as bases socialistas precisava de cavar um fosso separatista entre aquelas duas forças políticas, nem que para isso fosse necessário enfiar o aparelho de Marques Mendes num saco que não lhe diz respeito. Assim, afastando o PSD da sua esfera e mantendo-se no mesmo sítio, o PS mostra-se diferente e até, quem sabe, socialista. Por sua vez o PSD continua à deriva e mercê dos outros, nomeadamente de um "apagão", como é Manuel Monteiro.
O CDS, esse, não ata, nem desata. Continua à deriva nas mesmas correntes, para onde, de quando em vez, salta um elemento borda-fora. É esperar que esvazie?
Enfim, são todos barcos à deriva, à espera que os imóveis portos os encontrem.

Ponto final independente

Há muito que perdera o hábito de comprar "O Independente". Fazia-o apenas quando se justificava. Mas sempre que repetia o gesto, acabava por me arrepender de não o ter repetido mais vezes. Marcou inegavelmente uma geração, da qual tive a sorte de fazer parte, mas marcou felizmente, e graças a um raro jornalismo de investigação, muito boa gente que foge às teias da justiça e que se habituou a passar impune às teias do sufrágio universal. Pelo menos ali via um obstáculo à sua noção de democracia e liberdade. Pelo menos ali via mais do que o grilo do pinóquio.

Guardei a última edição d' O Independente. Vai ficar bem conservada, espalmada entre dois quaisquer volumes da enciclopédia Luso-Brasileira. E ainda se assim não fosse, ficaria, na mesma, entre dois volumes da história!

Vejo a última edição e um apanhado de capas passadas. Entre muitas e boas, vejo o falecido Sousa Franco dizer: "Pina Moura é o homem dos espanhóis." Isto diz-se do senhor da Iberdrola?

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