Axónios Gastos - fibras condutoras ou prolongamentos de neurónios que se encontram já consumidos.
terça-feira, outubro 31, 2006
Acompanhando o prós & contras (4)
Sem dúvida alguma que quem cala, nem sempre consente! Prova disso foi a prestação muito sóbria, mas extremamente convicta, convicente e inteligente do médico João Paulo Malta. Usou bem todos os argumentos sólidos que me fazem votar "não" sem nunca cair em demagogias, nem em fundamentalismos. Parece-me a postura ideal a adoptar por todos até ao referendo.
Porque é que um médico faz tanta questão em utilizar como arma de arremesso a posição em relação aos casos de violação se ele próprio defende a interrupção em casos de extremas sequelas psicológicas? Há por acaso forma de uma rapariga violada sair ilesa psicologicamente de uma violação e não prejudicar a respectiva gestação por isso?
Edite Estrela avançou novamente com a parábola dos coitadinhos. Fá-lo sempre que se sente apertada. E de repente conta a história da miúda do bairro de lata que tomou citotec: será que ela acredita mesmo que uma miúda no bairro de lata ou de outro enquadramento socio-económico deixará de recorrer a esse tipo de mecanismos extremamente prejudiciais para a sua própria vida? Não seria preferível avançar sobre quem, através do mercado negro, passou tal medicamento à rapariga?
Os debates ajudam muito. Realmente ainda não tinha parado para olhar para a pergunta que vai a referendo. E sem dúvida que lá se lê a liberalização, caso contrário não existia um projecto-lei por trás da pergunta, nem esta focava o tipo de estabelecimentos onde o aborto poderá vir a ser exercido. Ainda assim, a pergunta não deixa de ter a sua piada, senão repare-se: " Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras dez semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?" Mas afinal, se for em estabelecimento clandestino continua a ser crime para a mulher?
O post anterior revelou uma discussão séria e a paciência de alguns para ler posts mais extensos. E sem qualquer tipo de fundamentalismos, mas resultante de uma conversa que tive por causa da discussão anterior, deixo o link para uma mão cheia de filmes com a qualidade "National Geographic" sobre as fases da gestação: Até às 6 semanas,das 6 às 8 semanas,9ª semana,10ª semana. Para quem quiser ver os restantes filmes, deixo também o link para uma das instituições que poderia ter enumerado em resposta a um comentário do post passado e que me esqueci, a APFN.
Distintas definições de exigência (sobre o aborto)
Imaginem que vivíamos num país onde a participação cívica compunha o quotidiano de cada um de nós. Um país onde a exigência reinava nas nossas mentalidades, na nossa cultura. Um país onde se trocavam os sofás, comandos de televisão e respectivas massas cinzentas estagnadas, por experiências altruístas, boletins de voto carregados de vontades e espírito crítico especialmente atento.
Imaginem que optávamos por emendar erros na sua fonte e não no seu resultado. Imaginem que em vez de votarmos na despenalização do aborto, sujeitávamos o Estado a cumprir as suas responsabilidades sociais. Que em vez de caminharmos pelo caminho mais pragmático e cheio de feias cicatrizes psicológicas, seguíamos pela construção de estruturas de amparo a mães desprotegidas que davam sorrisos de responsabilidade e encargos, mas, também, de inequívoca felicidade.
Imaginem que em vez de aborto clandestino tínhamos programas de acompanhamento social e psicológico, assim como um Estado que dedicava os seus inúmeros cêntimos ao estímulo da economia e à criação de emprego em detrimento deoutros tantos “direitos adquiridos” que de direitos têm tão pouco, que mais parecem obrigações. Imaginem que o crime de aborto em vez de um remédio penal tinha um tratamento psicológico e social. Que se trocavam condenações por auxílio directo.
E que para isto tudo acontecer, bastava o cidadão exigir, cumprir com os seus direitos e reclamar a eficiência de um Estado. Bastava que ele próprio agisse e abortasse com o seu comodismo egoísta.
Poderão apelidar esta imaginação de quimérica, mas que dizer do delírio daqueles que defendem o SIM?
Aqueles que acreditam que a vergonha (no sentido de intimidade legítima) e as razões económicas seirão vergar perante a despenalização e assim terminar com a clandestinidade. Aqueles que acreditam na capacidade do SNS para prontamente responder a esse novo “serviço”, sem encaminhar ninguém para o clandestino, quando se encontra atolado em tantas outras tarefas.
Aqueles que acreditam que todos os contribuintes têm de vedar o amanhã a um ser vivo sem lhe dar qualquer oportunidade de vingar na vida. Aqueles que acreditam que assim estão a proteger e a emancipar a mulher, deixando-aentregue à pressão “legal” de quem até agora, e mal, nunca foi chamado a intervir: o homem.
Aqueles que acreditam que o futuro é por aqui, sem perceberem que a vida jamais poderá cair no prato de uma balança que do outro lado apenas tem pesos supérfluos, passíveis de serem repetidos e facilmente transponíveis desde que haja vontade. Aqueles que vêem o futuro sem pararem para pensar nas alternativas que poderão vir a desperdiçar sob a forma de vida.
E nestes dois cenários uma diferença substancial existe: no primeiro exige-se do Estado, pois é para isso que foi criado, enquanto que no segundo exige-se daqueles que defesas ainda não têm, muito menos para exigir a vida!
...mudam-se as vontades. O Professor Vital Moreira não era assim, mas pelos vistos o sabor da maioria absoluta socialista tem vindo a dar-lhe razões que a sua própria razão desconhecia. Agora também já escreve teses sobre hipotecas do futuro.
e já vem aí uma bola de neve. E com razão! Felizmente a justiça não teve medo das consequências que iria despoletar, nem dos custos que iria accionar, decidindo com extraordinária imparcialidade. Quem tenta mascarar números reais com propostas facilitistas, sem resolver os problemas de fundo, tarde ou cedo tem de recuar e aceitar que errou. Espera-se que a Sra. Ministra da Educação assuma esse comportamento e que os alunos do secundário sejam compensados.
Razões para escolher a vida! P.S. - Soube agora da existência do Blogue do NÃO. Nada melhor que trazer este tema para a blogosfera, onde tanto se discute e o ruído, ainda assim, não teima em aparecer. Coisa rara nestes dias...
Via Revista Atlântico um excelente artigo de Pedro Lomba que serve para desfazer muita da confusão que está a ocupar os processadores mais rígidos e que teimam em não compreender uma certa dinâmica política. Porque até eles, corpos estáticos, são compostos de equilíbrio.
"A system is in mechanical equilibrium when the sum of the forces, and torque, on each particle of the system is zero."
Uma vez por ano, sempre nesta época, sinto-me uma espécie de "João Mata-Sete". Uma personagem de um conto infantil que mata sete inofensivas moscas de uma só vez e que, vítima do exagero de terceiros, acaba por ter de enfrentar monstros e dragões! A verdade é que nesta época, elas andam moles e particularmente chatas e eu, tal como a maioria de nós, acho eu, não quero enfrentar dragões.
Aproveitando para continuar a debater o tema sobre a liberalização dos combustíveis: Qualquer curva da procura que seja elástica tem um declive pouco acentuado, quer isto dizer que a variação de preços faz variar a quantidade num determinado valor. No entanto existem bens, como é o caso dos combustíveis, que a sua procura é praticamente inelástica, o que resulta numa curva com um declive bastante acentuado. Ora, é com essa inelasticidade que o Estado joga! Graças a ela consegue colocar o imposto (ISP) a valores extremamente altos sem que a procura desça e sem que os cofres do Estado sofram arrombos. Apenas as carteiras do consumidor sofre emagrecimento. Logo liberalizar este sector, seria muito mais do que aquilo que foi feito, quer pelas razões do post anterior, quer por mais uma: é necessário dar mercado a combustíveis alternativos que possam figurar na escolha do consumidor e assim constituir a concorrência passível de baixar os preços.
Liberalizar mercados não é sinónimo de deter, sob a forma de imposto, mais de 50% das receitas geradas. Se a gasolina custar 1€ (0,37€ + 0,63 € para o Estado) a margem para a concorrência é desinteressante, muito pouco moldável e o consumidor não irá sentir absolutamente nada. Sobretudo se o barril estiver em alta. Ora, de uma vez por todas, o Estado tem de se consciencializar que não pode suportar todos os contribuintes e muito menos apropriar-se dos mercados que têm potencial. Aí sim, teríamos mercado e mecanismos de liberalização a funcionar. Percebeu agora porque é que o exemplo escolhido foi tão mau?
A propósito de prestações de governos anteriores e comparações com o actual: Quando o executivo anterior lançou o principio do utilizador-pagador, todos criticaram e vociferaram. Não havia razões para alarmismos e medidas pesadas. Nada punha em cheque as gerações vindouras. Do ponto mais alto da bancada, o PS acusava o governo de "negligência", "roubo de direitos adquirirdos", etc. E agora, vira o bico ao prego e toma lá disto! Da próxima vez pare, scut e vote! Pode ser que perceba quem lhe está a mentir...
Então porque não mudou o PS a lei mais cedo? P.S.- na mesma entrevista é ainda adiantada a desculpa: "as empresas estão a competir no mercado". Ficamos a saber que este governo só se preocupa com o bem-estar da concorrência, apenas e só, onde ela não existe, ou a EDP concorre com alguém de facto?
Vamos lá dar início às hostilidades: com a pílula do dia seguinte existe necessidade de aborto no mês seguinte? Com argumentos como estes, perguntas como esta chegam perfeitamente!
No dia da apresentação do orçamento nada melhor que relembrar velhos tempos! Qual D.Sebastião, isto já só lá vai com a coragem do HE-MAN. A despesa pública começa a ter contornos de Skeletor...
Quando a maratona começou estava longe de pensar que fosse tão longa. Hoje, de "cara lavada", mas com alguma nostalgia do template que marcaram estes dois anos, sinto-me preparado para mais uns quantos quilómetros. 30000 visitas é agora uma meta ultrapassada que poderá não ser muito surpreendente para um blogue com esta longevidade, mas, tendo em conta que é individual, significa também quase 450 posts de constante satisfação e aprendizagem. Não há dúvida que quem tem ganho e recebido mais sou eu!
Acabado de chegar de um grande fim de semana directamente para o pc, a tempo de ser o primeiro a dar os parabéns ao blog. São dois anos a ver o nascer do sol sempre ao leme deste projecto. E que bem que sabe viver e navegar os dias nessa posição!
Se não tivesse votado em mim pelas razões publicadas no post anterior, escolheria, provavelmente, duas grandes personalidades. Pela visão estratégica a longo prazo, por terem vivido sempre um passo à frente do presente, sem que para isso recorressem a ideias efémeres como acontece hoje em dia e por terem sido, dentro de um determinado contexto político, a grande marca de eficiência e trabalho! Diogo Inácio de Pina Manique e Duarte Pacheco.
Votei em mim! Se nos grandes portugueses da RTP figuram exemplos como Otelo Saraiva de Carvalho, então achei-me, e perdoem-me a modéstia, suficientemente grande para lhe ser alternativa.
A Eslováquia antes do imposto único limitava-se a exportar beleza e a importar tudo o resto. Para nosso mal, com o imposto único, as meninas deixaram de ter razões para sair de casa e agora as exportações são bem diferentes. A Eslováquia atraiu investimento estrangeiro baseado numa política única e consistente, ao contrário dos acordos pontuais e frágeis que por cá se foram fazendo e que resultam agora em despedimentos. O Ministro das Finanças da Eslováquia, influenciado pela escola austríaca de Economia, em especial Hayek, já exibe um sorriso de satisfação por ter conseguido transformar uma máquina de pisar ovos na economia com maior taxa de crescimento da Europa, a par com a Irlanda. E nós por cá?
Um alemão ganha mais do dobro do nosso salário mínimo. Os seus países vizinhos também. As condições e infraestruturas na saúde lá para os lados da Germânia devem ser bem melhores que as nossas, no mínimo, melhores a dobrar. E as taxas de utilização na saúde aqui por Portugal, vão ficar, por exemplo, nos 5€/dia de internamento, ou seja, exactamente metade do que custa na Alemanha.
Se juntamente com estes dados, compararmos a carga fiscal de Portugal com a Alemã (se quiserem escolher outros países, estão à vontade), sentimo-nos, justificadamente, injustiçados. Daí que me lembrei de recolher um exemplo para despoletar a discussão. Exemplo esse, que serviu de bóia de salvação a muitos países Europa fora (sobretudo Leste) e que estava centrado no Imposto Único, por sinal bastante baixo. Ao contrário do que alguns teóricos apontavam, nomeadamente a Alemanha de Schroeder, as receitas geradas por tal mais valia equilibraram as balanças comerciais desses países e o êxito geral não tardou a fazer-se sentir. Não poderíamos nós por cá discutir este modelo?
E já que fiz obras na casa, porque não aproveitar o empréstimo para ampliações? É o que a maioria dos portugueses faz na vida real e foi o que eu fiz aqui nesta minha casa virtual. A partir de agora, aí nos links à direita, a lista passou a estar mais actual, pois o cheiro a mofo teimava em não desaparecer. Mas já agora: nesta busca por novos blogues deparei-me, no AAF, com três pontinhos a precederem o link aqui para o Axónios. Pode-se pedir a explicação, António?
Quer dizer então que, segundo esta pérola encontrada pelo JCS, latifúndio é o oposto de colonizar. E ando eu a escrever a tese em Economia Política Agrícola sem consultar estas bibliografias...
Há uns dias que andava nisto! Primeiro pedi a ajuda de profissionais e como não apareceu nenhum, dobrei as mangas e de há uns dias para cá que trocava e voltava a trocar códigos de HTML. Tudo a bem da novidade, da evolução e da satisfação do consumidor. Faz-me lembrar alguma da imprensa portuguesa nos últimos tempos. Mas a evolução ainda não cessou, pelo que peço agora a vossa ajuda para retocar esta versão BETA. Dêem a vossa opinião acerca da estética, da funcionalidade, etc., que eu tentarei responder de acordo com as exigências. Até ao dia de aniversário vale tudo!
Se por momentos este blogue vos aparecer diferente da forma que é habitual, não pensem que é, tal Abrupto, uma vítima do terrorismo cruel, lembrem-se antes do aniversário que se aproxima e das remodelações que tal obriga e que justificam algumas das experiências no template! Até já.
Há certos convites que, pelo prazer que proporcionam, se tornam difíceis de recusar. E escrever sobre Portugal é e há de ser sempre um enorme prazer, daí ter prontamente aceite o desafio do Luís. Hoje, dou os meus primeiros passos aqui. É coisa séria, tem manifesto e tudo! Sempre quero ver se a minha vida social me permite memórias para escrever sobre vinhos e viagens, património e paisagens, costumes e tradições, almoços e jantaradas, torradas e galões, boas disposições, garraiadas, conversas animadas e se possível algumas guitarradas. Sim, porque o fado não poderia faltar!
Tal como se previa a bola de neve vai alastrar, vai tornar-se moda, vai esbater essências e pior, vai possibilitar técnicas de marketing e aproveitamento publicitário. E nada podia ser pior, porque, no fundo, todas estas técnicas só vêm escamotear o medo. Servindo de um lado aqueles que se aproveitam dele e do outro aqueles que aguardam ansiosamente que ele cresça. No fim, com estas tendências e estas "atençõezinhas" todas para com o povo muçulmano, quem mais sai a ganhar são os segundos.
E a propósito, os preços dos quadros nas galerias de arte também me chocam. E não é por causa disso que eles retiram os quadros ou que estes deixam de existir e de ser comprados.
O medo provoca grandes distorções. O medo cancela exibições de óperas e tradições ibéricas que retratam a expulsão dos mouros. O medo provoca os comentários mais absurdos no fórum TSF. Mas a mim, o que me provoca mais medo é pensar num Fórum TSF para o lado do Islão. Se aqui é assim, onde um povo hospitaleiro e pacífico consegue arrotar algumas hostilidades, imagino como será no Irão.