Axónios Gastos - fibras condutoras ou prolongamentos de neurónios que se encontram já consumidos.
quinta-feira, novembro 30, 2006
Teoria da conspiração
Depois do 11 de Setembro e do 11 de Março, tudo apontava para um 11 de Fevereiro! Um ataque às torres, um ataque aos terminais ferroviários e um ataque, desta feita, ao cerne da questão!
À boa maneira portuguesa, todos os projectos, passíveis de serem realizados amanhã, são traçados para um horizonte longínquo. Atrasamos sistematicamente todos os processos e como já estamos habituados a esse modus operandi, estabelecemos metas mais folgadas no tempo para assim conseguirmos corresponder às exigências e responsabilidades. Isto sem grandes esforços, nem exaustão física. Apenas com algumas derrapagens financeiras, também elas habituais. Mas o problema principal reside agora noutro ponto: é que Portugal e os portugueses criaram uma barreira temporal, talvez por sugestão televisiva, para o ano de 2010. Parece que tudo irá mudar até esse ano e que para além desse ano nada mais existe. Senão veja-se: A Expo deverá pagar as suas dívidas até 2010; A EDP estabeleceu o plano estratégico com vista a 2010; O IC19 e o eixo Norte-Sul deverão estar ultimados até 2010; Até esse mesmo ano deverá estar implantado o processo de Bolonha no Ensino Superior; 2010 é também o ano para concluir o plano de protecção à Biodiversidade. Até 2010, 5,75% do nosso consumo energético deverá ser sob a forma de biocombustíveis; A sinistralidade nas estradas deverá cair para metade até 2010; e podia continuar o dia nisto...mas enfim!
Das duas uma, ou Portugal vai mudar naquele ano do dia para a noite ou então temos aqui um bloqueio temporal, causado pela série televisiva que não nos deixa ir mais longe! E se assim for como iremos proporcionar derrapagens financeiras e os habituais atrasos do costume? E outro grande problema: será que ainda ninguém percebeu que faltam 3 míseros anos?
Atenção: aqui a casa foi linkada pelo inimigo. A partir de agora exige-se cuidados redobrados e já só é permitido descansar ao fim de semana. Todos os restantes cinco dias de cada semana devem ser repletos de acusações, contraditórios, respostas e o maior número possível de tempos de antena! P.S. (ainda amistoso) - obrigado aos autores.
As aulas de substituição têm sem dúvida um propósito louvável, mas a sua génese não foi bem preparada e a sua prática deixa muito a desejar. Nasceram impostas e converteram-se num modelo muitas vezes contra-producente. E aí a culpa não foi dos alunos, mas sim de docentes que não compreenderam o objectivo ou que compreendendo não se quiseram, egoisticamente, "desgastar" com aquelas horas que não eram suas. Já algures falei sobre os casos em que aulas de substituição servem para jogar sudoku ou batalha naval e que por isso se transformam em momentos desesperantes em vez de mais valias. Mas não quero com isto dizer que apoio as manifestações desencadeadas por sms no secundário. Quero sim, afirmar que já há muito deveria ter o ministério desafiado as direcções regionais a corrigir esses erros. Pena que o faça só agora, depois da dita acção juvenil. Pena que os estudantes não tenham optado primeiro por uma acção mais sóbria. Mas como a história sempre rezou assim, nesta lógica de "casa arrombada, trancas à porta", é natural que agitadores se aproveitem daqueles que têm razão. Há que quebrar este vício para ver se se acaba com esta lógica contrária, pois assim não se ensina ninguém!
Segundo este estudo anunciado no diário digital, Portugal encontra-se em 19º lugar no ranking das democracias plenas. Assim, de assalto, colocam-se algumas perguntas: em que lugar estaríamos se a Madeira fosse independente? Em que lugar estaríamos se o apito dourado e o processo casa pia resultassem nalguma coisa? Em que lugar estaríamos se o Presidente da Comissão Europeia não servisse de testemunha ao General Valentim Loureiro? Em que lugar estaríamos se o zum-zum sobre o favorecimento da RTP ao governo, não passasse disso mesmo? Em que lugar estaríamos se não existisse blogosfera? E fiquemos por aqui...
Sem defender um ou outro, o certo é que Menezes aproveitou a janela de oportunidade que lhe foi cedida. Como já disse, Cavaco comanda, ainda, o PSD e Menezes que o gostaria de fazer encostou-se a ele. E tal estratégia só é possível graças a Marques Mendes: não por ter "confrontado" Cavaco, mas por não ter aproveitado a altura, em que fazia as justas críticas a Sócrates, para apresentar uma linha de projecto alternativo. Nem uma linha! Claro que, gratuitamente, há quem se aproveite, sem que lhe seja exigido grande astúcia e trabalho. Duas qualidades que Marques Mendes deveria ter tido!
Cavaco está como queria. De um lado tem o PSD sem lhe fazer frente, sem criticar ou dar sequer o mais pequeno conselho, pois naquela casa quem manda ainda é ele! Do outro lado, tem o PS que encontrou em Cavaco um tecnocrata capaz de os proteger durante uns longos e ricos tempos e que por isso convém com ele concordar, mesmo que por dentro dê arrepios. Além disso fazer umas citações sobre o senhor ou utilizá-lo para abanar o próprio PSD também pode dar jeito. Felizmente não apoiei esse pau de dois bicos!
La Revuelta em Cuba será algo que, provavelmente, nunca iremos ter o prazer de ver. Revuelta, Alina Fernández, é a filha do presidente Cubano, Fidel Castro que saiu do país em 1993 para viver agora nos EUA. Segundo ela, o irmão de Castro (Raúl) quer instituir o modelo chinês na ilha, limitando-se a abrir as portas à economia, mas a manter fechadas as portas da democracia!
Paula Teixeira Pinto disse que iria responder a Nogueira Pinto no local apropriado. Será que a vingança se serve fria e por intermédio de outros ou será que foi apenas uma operação para diminuir o sucesso da remodelação da baixa pombalina? É esperar para ver...
São os mais velhos que têm menos facilidade em lidar com redes móveis e são também eles que maior dificuldade têm em embarcar nas diferentes modalidades que a concorrência vai apresentando, logo são eles que estão, por via das circunstâncias naturais, mais fidelizados à PT. Para além disso, e neste caso concreto que vos vou falar, são também eles que recebem abaixo do salário mínimo nacional. Assim sendo, numa altura da vida em que o isolamento pode ser crucial, onde todos os tostões contam e onde não há paciência e muitas vezes capacidade para andar a navegar nas ondas do mercado, vem o governo ajudar à festa e termina com os descontos de assinatura de telefone para estes casos mais carentes. Isto justamente na semana em que o congresso socialista ouvia José Sócrates falar no aumento do Salário Mínimo Nacional! Depois de hipotecar os mais novos com TGVs e OTAs, ameaça agora sacrificar os mais velhos com engenharias financeiras que esperava que ninguém descobrisse!
Ainda não nasceu e já dá espectáculo. Este vídeo promocional é do melhor que tenho visto e duvido que tenha sido realizado por brasileiros! 31, cá te esperamos!
Um homem, tendo que se ausentar do país, chamou os seus empregados e entregou-lhes os seus bens: a um deu cinco talentos, a outro dois, e a outro um, para que os empregassem da melhor forma possível. E seguiu viagem.
Vai-se libertando aos poucos e a abertura do seu sistema bancário à concorrência internacional é dos raros exemplos que se destacam. Mas atenção, não é por ser dos poucos que deixa de ser menos importante. Como sabemos a massa humana constitui aqui, bem como noutras áreas, uma mais valia extraordinária lá para aqueles lados: ainda hoje via trabalhadores munidos de enxadas a rasgarem socalcos idênticos aos do Douro. Não vi foi nenhum camarada em Portugal a manifestar-se contra esse abuso do sistema Maoísta, mas adiante. O problema é que essa mais valia pode tornar-se num enorme calcanhar de Aquiles.
Sobrelotados, sem absolutamente nenhuma consciência ambiental, apoiados ainda numa agricultura rudimentar, altamente dependente do Estado (como em tudo o resto), que contrasta brutalmente com um crescimento económico único que assenta na proliferação industrial e de serviços, preparam-se para o seu maior desafio: ultrapassar este cenário. É que este, guarda em si o ponto fraco, mais fraco de toda a China: a sustentabilidade! Fechados sobre si mesmos, são obrigados a diminuir e colocar travões no crescimento económico (tomara nós) para evitar o desastre! Receiam perder o futuro e optam, então, por perder apenas o amanhã.
Resta saber, se após este "kit-kat" estratégico conseguirão voltar a espevitar a máquina monstruosa e se até lá, no entretanto, a União Europeia aproveitou, para si, esse abrandamento.
P.S.- será que alguém falou nisto naquele encontro mundial que aconteceu por terras Lusitanas?
Continuando a dissertar sobre a alucinação de Vital Moreira: segundo ele, o imposto sobre doações e sucessões servia para limar as assimetrias. Ora, uma lima raspa aquilo que se encontra a mais e nivela tudo por baixo. Quem ganharia com isso? Quanto muito as estatísticas que tanto assustaram o professor.
A leitura que fiz desta remodelação é que Bush vai na mesma continuar os seus intentos, mas desta feita, através dos métodos que, quanto a mim, devia ter utilizado desde início: a espionagem e a acção cirúrgica. Teria removido os mesmos intervenientes, sem ser tão espalhafatoso. Teria alcançado os proveitos internos que lhe interessavam, sem ninguém lhe morder os calcanhares e as suas operações especiais continuariam a usufruir de um status hollywoodesco. Mas tal acção abriria uma problemática talvez maior: a questão da transparência e a interferência indevida sobre outros Estados. Ou seja, e retomando o assunto inicial, Bush não se rendeu, mudou apenas de estratégia, pois os objectivos continuarão certamente os mesmos.
Universidades e Politécnicos espalhados pelo país, distando míseros centímetros uns dos outros, repletos de cursos que só mudam no nome e que a maior parte deles fizeram sucesso nos anos 80. Quer num tipo de instituição, quer noutro, os docentes acumulam-se nas prateleiras, sendo que na realidade que melhor conheço (não quero generalizar) nem a tão desejada investigação realizam. As cidades que as albergam não as utilizam convenientemente e o mercado de trabalho tem horror à articulação com determinados teóricos doutorados. Procurar receitas próprias sempre foi tarefa ingrata e desprestigiante para muitas academias. E no fim, quem paga, e aí estamos de acordo, é a qualidade, porque os salários, esses, com esta ou aquela dificuldade lá vão caíndo e a limpeza geral teima e tarda em ser feita! P.S.- já agora, o plano tecnológico não tinha assento neste cenário desordenado?
E entretanto, depois de ler este post, fico com preocupado com a sanidade social de Daniel Oliveira. Então não é que "o suspeito do costume", como seria de esperar, ficou extasiado com a saída de Rumsfeld, mas ainda assim também ficou feliz com a aquele que o substituiu. Ninguém o avisou que o Ex-director da CIA lhe vai dar tanta dor de cabeça e preocupação como aquele que hoje saiu? Ninguém o avisou que a escola de Frank Carlucci estará, provavelmente, ainda em acção e que como tal o Iraque não vai ficar entregue ao tipo de teorias que Daniel preconiza?
Não me parece que um homem com este currículo se mantenha afastado muito tempo. Bem sei que, tendencialmente, nos EUA, quem arruma as botas quando está no topo, não as volta a calçar tão cedo. Mas não me parece que seja esse o caso de Donald Rumsfeld. E muito menos o estou a ver a integrar uma qualquer campanha ambientalista ou coisa que o valha, por isso parece-me que apenas se retira para tomar um pouco de ar fresco e deixar em paz alguns bloquistas que estavam há já demasiado tempo em ebulição.
O grande problema da esquerda, e que a faz vociferar contra Rui Rio, é terem-se apercebido que, com este exemplo, a cultura deixa de ter propriedade ideológica. Deixa de estar sob uma alçada partidária ou sob uma corrente doutrinária. Passa a ser do povo. E será o povo que ditará, através do consumo vs qualidade, os passos a seguir, os espectáculos a desenvolver e os artistas a premiar. Não deixa de ser caricato que tal tenha acontecido e que o PCP tenha desenvolvido alergia!
No blogue da Atlântico continuam a dar explicações à JSD. Explicações de Português, de Economia, de Política Fiscal e de comportamento social. Mas se julgam que são de borla desenganem-se, pois para aqueles lados não há almoços grátis e no limite o preço é a corrosão das paredes do estômago provocada por tamanha azia que a rapaziada deve andar a sentir.
Sem dúvida! Tem aversão à cultura subsídio-dependente que insiste em mascarar estatísticas, qualidade (ou a falta dela), liberdade de escolha e incompetência de certos intervenientes. Durante muitos anos tivemos autarcas a contestar Alberto João pelas suas máscaras carnavalescas que usa em determinado período do ano, sem se lembrarem sequer que as utilizam diariamente durante 365 dias, não premiando a cultura do mérito, a rotatividade e alternativa na oferta cultural. Parece que esses tempos estão a mudar. Que Rui Rio seja o exemplo e que terminem as salas vazias que julgam ter toda a qualidade do mundo.
Maria José Morgado veio dizer que a direita se encontra mais preocupada e eficiente no combate à corrupção do que a esquerda portuguesa. Não por razões éticas ou por ser mais honesta. Tal questão nem deve ser colocada. Mas por acreditar numa diminuição acérrima da intervenção e responsabilidades estatais, eliminará, mais facilmente, as deturpações que a corrupção gera ao tentar ultrapassar a ineficiência/falhas/complexidade dos serviços públicos. Esta começa a ser uma bandeira de direita que vai abrindo os olhos para outras realidades, nomeadamente, na área da política fiscal e na adopção de flat-taxes. Ainda bem que outros já a vêem.
Na sua génese, a Nova Democracia afirmava-se como uma daquelas lojas antigas que vendia desde sabão azul e branco a fivelas para cintos. Uma espécie de loja dos chineses numa analogia mais actual. Não se defeniu, não tentou criar um rótulo próprio, nem sequer roubou um a alguém. Achou que sendo tudo, poderia chegar a todos. Enganou-se. As tais lojas hoje rareiam precisamente por terem sofrido uma especialização na busca da qualidade a oferecer. O PND não seguiu essa receita e, tarde, dá o seu último grito de sobrevivência. Aproveita-se de outros para sobressaír atrelado, mas parece-me que em almoços ninguém volta a cair!
Se os posts tivessem banda sonora para servir de Intro, a escolhida para este seria a da MGM. Pois ao fim destes dois anos, recebe este blogue, com grande honra, a promessa de figurar nos links da Atlântico. Mesmo que por lá os links não se vejam, devido à recente mudança de template, eu sei que existem! E sem recorrer a ecografias. Muito obrigado!
P.S. - sem ecógrafo e com um firefox e um explorer meio passados.
Para não dizerem que arredondo tudo e trato todos os assuntos por igual, aqui deixo um elogio a esta medida. Mas há muitas mais a tomar, pelo que deixo já um aviso: quando Bagão Félix foi aos bolsos dos bancos houve muita malta que não gostou e que fazendo menos barulho que qualquer união sindical, acabou por pressionar muita rapaziada!
Se a questão do aborto passa muito por uma prioridade invertida do Estado, o caso da distribuição de seringas nas prisões ainda maior flagrante é! Pois um Estado que proíbe a droga nas prisões, e bem, a meu ver, só pode ser apelidado de Monty Pythons a partir do momento em que distribui serigas no dito estabelecimento prisional. E invertida está também a lógica das salas de chuto, porque em vez de se gastar dinheiro de contribuintes na prevenção e no tratamento, opta-se por esconder o problema, fornecendo o material indispensável ao seu consumo. Digam-me lá se não está tudo trocado...