|| JMC - João Maria Condeixa, 21:54
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O corporativismo é um dos grandes problemas portugueses. Bem sei que alguns dirão que também resolvem alguns males, mas para mim não será mais que um patético proteccionismo sobre o interesse específico. E Mariano Gago veio dar um excelente exemplo disso, muito embora pela negativa!
Perante a hipótese lançada de uma Ordem dos Cientistas nasce esta resposta:
«Será um absurdo a redução da actividade científica a uma única norma», considerou Mariano Gago, sublinhando que «a comunidade científica é extraordinariamente diversificada»Bem pensado, bem dito. Não podia concordar mais! Que pena que seja só com a perspectiva redutora de proteger a sua dama ao ponto de não perceber que nas outras áreas o mesmo se passa. Pena que não queira abolir de imediato as ordens profissionais. Pena que a exaltação seja só sobre os seus calos pisados e que a visão, ou falta dela, não lhe permita ir mais longe e compreender o abuso de poder das ordens sobre as profissões, sobre as pessoas, sobre as instituições de ensino e até sobre ele próprio!
Para o Ministro da Ciência, às políticas científicas cabe apenas «definir as condições de fronteira e o funcionamento das instituições científicas». Só um reparo: não devia ser assim para todas as profissões?
Pense nas suas palavras, que serão sem dúvida uma porta entreaberta para o futuro, e inicie finalmente uma verdadeira reforma no ensino e particularmente nas mentalidades, Sr. Ministro! Eu tirava o chapéu ao PS!
|| JMC - João Maria Condeixa, 00:39
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Esta quinta-feira que passou fui a Coimbra falar numa conferência sobre o Processo de Bolonha. Quando foi aberto o debate a conversa acabou por derrapar para as Ordens Profissionais e a sua pertinência. Defendi, tal como já aqui e noutros sítios o fiz, que as Ordens têm demasiados poderes. Que não podem, nem devem, determinar orientações sobre o Ensino Superior, sobre licenciaturas ou sobre o seu conteúdo curricular. Se ninguém as elegeu a uma escala nacional, quem são elas para definir política educativa? Quanto muito, e já acho demasiado, poderão tocar no mercado de trabalho, mas daí a sobreporem-se a um Ministério ou Ministro, acho excessivo!
Mas o que acho mais estranho foi a discordância quase unânime que se gerou. A maioria dos presentes na plateia defendeu as Ordens e chegou reclamar a existência de novas, bem como maior actividade.
Espanta-me esta postura enraizada numa série de cordelinhos entrançados que não os protege, não os valoriza e só nos castra, a todos. Não digo que não possam existir, mas só se deviam debruçar sobre os assuntos profissionais que lhes dizem respeito e que não transbordam para o resto da sociedade.
|| JMC - João Maria Condeixa, 23:08
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Via Blasfémias, descobri que uma nova ordem foi criada, a dos psicólogos. Não se devia era chamar ordem, pois tal como as outras só vem criar - estou seguro - mais um foco de desordem!
E como? Através de mais uma mãozinha reguladora, ordenadora - se me faço entender - que tudo fará para se defender, de uma forma corporativa, de quaisquer ataques que outro agente - também ele ordenador, regulador - conhecido como Ministério, vai alinhavando!
Agora temos Bolonha, mas esta ordem, tal como outras pretensiosamente fazem, só aceita os licenciados pré-processo. Eu pergunto até quando... Vão esperar pelas reformas de todos os que, como eu, tiraram o curso antes da dita mudança?
Aviso-vos que ainda demora. Posso estar careca, mas ainda demora...
Aqui já escrevi muito sobre este tema que infelizmente não se inverte
|| JMC - João Maria Condeixa, 22:59
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Quem são elas para definir
numerus clausus, duração de ciclos, qualificações mínimas para o exercício de uma profissão? Quem lhes deu poder para regulamentar sobre o SNS, sobre ordenamento do território, sobre política fiscal e administrativa, sobre justiça ou economia? E pior: se pensarmos que as Ordens são constituídas pelos docentes que mais influenciam uma instituição de Ensino Superior ou por directores de empresas que lhes interessa interferir em determinadas linhas legislativas, estaremos a fomentar os lobbies que tanto a generalidade dos mortais critica. Não quero generalizar, nem transmitir a impressão que sou a favor de incompatibilidades de funções, mas julgo ser também este um argumento pesado na defesa da diminuição das competências das Ordens Profissionais. Who's with me?
|| JMC - João Maria Condeixa, 23:33
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Durante anos a fio, Portugal limitou fortemente a produção de médicos. Ora quando um bem é escasso já se sabe que se paga mais por ele. E só pode ter sido isso que aconteceu com os médicos: começámos a pagar mais a estes profissionais, tal como estava inocentemente pensado pela Ordem dos Médicos, e atraímos - para bem das nossas necessidades de saúde pública - quem estivesse disposto a trabalhar por cá e em locais maioria das vezes desprezados.
Falo, obviamente, de "nuestros hermanos" que se passaram para este lado da fronteira com a bata e o estetoscópio à tiracolo.Anos passaram, o panorama inverteu-se e espertos são aqueles que andam de um lado para o outro à procura do local onde lhes seja mais proveitoso trabalhar - e não falo só da parte financeira -.
Agora assistimos ao êxodo inverso, isto é, de volta para a sua España estão aqueles que nos poderiam ter preenchido, apenas temporariamente, os nossos buracos e falhas, souberamos nós perceber isso e aproveitar a oportunidade. Mas não! Foi preferível manter o poder de uma intituição que eu, enquanto contribuinte não escolho - e esta parte parece-me crucial! -, e que ao definir quantidades, define também preços, e pior, hipoteca futuros de jovens e do país.
Enquanto tivermos um Estado que para além da excessiva regulamentação governativa tem, ainda, sacristães a ajudarem à festa, nunca, mas nunca, deixaremos de ter estes problemas. Hoje com os médicos, amanhã com os engenheiros, depois com arquitectos e tudo por causa de um Estado dentro de outro Estado!
Sinal de que nada muda para melhor nesta área, é a quantidade de vezes que
nos Axónios Gastos escrevi sobre o assunto
|| JMC - João Maria Condeixa, 11:36
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Todos os contextos parecem impôr determinado sistema. Parece que a Humanidade tem de ser atravessada por movimentos, sistemas, segundo uma fase económica/social que desenha quase uma cronologia. É como se cada modelo correspondesse a um anel de crescimento de uma Sequóia Gigante. Mesmo que fraco, no nosso caso até prejudicial, o crescimento e o seu respectivo anel, teimam em registar-se. Jamais dão o salto directo para melhores dias. E vem isto a propósito do comentário do
AA ao post anterior.
As Ordens têm primeiro que cessar esta sua intervenção desproporcionada, para que o Estado assuma esse papel num momento imediato. Depois teremos que assistir a uma reorganização do Ensino que acabe com os vícios existentes, e o passo anunciado pela OCDE com a formação de fundações parece-me ser positivo e nessa direcção. E aí, só depois de termos assimetrias limadas, fusões realizadas, mecanismos de competitividade desenvolvidos, e acima de tudo financiamento promotor de liberdade de escolha (empréstimos, cheque-ensino), poderemos abandonar as âncoras que conhecemos e retirar ao Estado, em definitivo, essa função. Passaríamos, aí sim, para uma lógica de mercado que não estivesse adulterada à partida e que prosperasse durante um único e largo anel de crescimento!
|| JMC - João Maria Condeixa, 02:22
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Embora o mês ainda não tenha acabado aqui vai:
Ordem nas Ordens I,
II e
III
|| JMC - João Maria Condeixa, 16:58
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