Via hoje num dos muitos cartazes que estão espalhados pela cidade que a festa do Avante comemora(rá) os 90 anos da Revolução de Outubro. O tipo de revolução que felizmente não conseguiram levar "avante" em terras Lusas, graças ao nosso 25 de Novembro, é para eles, ainda nos dias de hoje e para as actuais gerações, motivo de comemoração!?
É tão estranho que conceitos como autogestão, abolição da propriedade privada, regime ditatorial, nacionalizações e outras atrocidades intelectuais encontrem ainda simpatizantes e espaço para lançamento de foguetes e lágrimas de alegria vertidas! Mas é ainda mais estranho que tendo essa opinião, esse sonho e querendo eles comemorar esse símbolo bolchevique se mostrem tão resignados e tão tolerantes com o estado actual das coisas.
Será mesmo estranho ou será, vá, apenas mera e remota hipótese, que a festa do avante está cheia de analfabetos políticos?
Diz o Mais Évora que foi Bertold Brecht a deixar esta reflexão:
"O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa nos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, da renda da casa, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e incha o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado, o assaltante e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista, desonesto, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo." Nunca poderia discordar. A única diferença é que também o sistema Marxista, que ele tanto defendia, se mostrava exímio no aproveitamento desse analfabetismo. Nada como ter analfabetos políticos a defenderem cegamente conceitos que não entendem ou a serem cara de processos que só a ignorância extrema admite. Nada como um sistema se esconder atrás dessa ignorância. Nada como se escudar com ela. Nada como a manipular.
É importante deixar de ter analfabetos políticos, mas não é por participarem ou se mostrarem activos que passam automaticamente a ser letrados. Portugal sabe-o bem!
É impressão minha ou a banda inglesa Muse tentou lançar um single que pudesse vir a figurar na abertura de um futuro James Bond? O nome da música é que não ajuda...Nisso o título "Time is running out" encaixava melhor. A ver vamos!
Finalmente o regime de empréstimos no Ensino Superior. Não se admitia que Portugal estivesse na Europa e fosse o único país preso a um receio ideológico e a um sistema moribundo. Agora é apresentado um sistema que permitirá uma maior autonomia dos estudantes, bem como um franco aumento na liberdade de escolha.
A partir de agora o estudante que ficou fora do regime de bolsa por míseros "cêntimos" poderá encontrar nos empréstimos uma boa resposta e respirar um pouco mais fundo. Também para aqueles que, não tendo problemas financeiros, pretendem uma maior flexibilidade que lhes permita frequentar sem tantas restrições um estabelecimento, um curso ou até um país, esta é sem dúvida uma boa notícia.
O conceito é bom, a novidade é boa, só tenho duvidas, do que conheço, no reconhecimento do mérito e respectivo spread a atribuir, mas já terem pensado nisso é bom sinal.
Neste momento só vejo o PCP contra isto, logicamente receando a mercantilização do ensino e outras cassetes com a fita gasta, mas outra coisa não seria de esperar.
Ao fim destes anos todos e devo dizer que foi graças ao DO, voltei a definir as teclas "QAOPM" para jogar uma partidinha de Roland Garros no Spectrum! Matei praticamente as saudades que tinha. Só ainda falta voltar a sentir a sensação de alívio com a entrada do jogo. Sim, porque até ele entrar muitas amizades se perdiam pelo meio. Enquanto as riscas e os riscos sonoros se davam (por vezes durante séculos) havia sempre alguém que falava ou mexia um pé ou espirrava e deitava por terra toda aquela espera aflitiva. Escusado será dizer que normalmente sofria na pele o erro cometido. Para matar saudades!
...acho injusto! Cada partido devia ter feito um estádio para si!
Errata: erro crasso. O link anterior foi um erro e deverá ser ignorado uma vez que não é esta a empresa retratada no caso. À empresa peço todas as desculpas e com vista a não existirem mais enganos, optei por retirar o link.
Quando se julgava não existirem surpresas quanto ao veredicto final, eis que surge aquele que se pode chamar o herói do dia: Luís Gonçalves da Silva, conselheiro da ERC
É bom saber que se preocupam com o planeta Terra e com agricultor que tanto ajudaram.Via O Insurgente. Confidência: para mim o melhor é o do "be! Just be!"
Miguel Portas ficou para os eco-vândalos, como Ana Drago ficou para o Arrastão. De vez em quando lá vem o BE tirar uns sapos destes da cartola. E por incrível que pareça consegue fazê-lo mesmo sem a comunicação social lhes dar cobertura. Há coisas fantásticas, não há?
Via no outro dia uma reportagem sobre treinos altamente sofisticados para exercício policial de altíssimo risco. Uma coisa mesmo à americana com indivíduos encapuçados, carros de alta cilindrada em grandes manobras, armas de paint-ball ultra-reais e mil e uma técnicas de SWAT, tal qual aquelas que se vêem nos filmes. Posto isto perguntaram quem eram os formandos que estavam a pagar (e bem) por tal curso. Resposta: do próprio bolso estavam alguns (3 ou 4 da GNR, outros tantos da PSP), enquanto que pagos pela força a que pertenciam estavam a grande maioria. E de que força eram eles? De que força suprema defensora da luz?
ASAE! Esse grande grupo de Jedis que defende o país das trevas e que precisa de aprender grandes técnicas de combate para expulsar os Sith de uma vez por todas! Para isso e para apreender a bela da t-shirt falsa!
Para quem ainda tinha dúvidas em relação ao modus operandi da brigada eco-tudomenosecologista, aqui fica o cruzamento de dados feito pelo JMP no "Liberdade dos outros".
Miguel Portas está feliz com o acontecido. Apoia, inclusive, o formato em que o protesto contra OGM se deu. E está assim porque diz que finalmente se estão a discutir organismos geneticamente modificados. Lamento informá-lo, mas estamos muito antes desse episódio da saga ecologista. Parte de Portugal ainda se encontra, como já disse no post anterior, no pós-25. Algumas mentalidades ainda não encontraram o caminho dos países desenvolvidos, da democracia, do respeito pelo suor dos outros, do tal Estado de direito de que se fala diariamente. Algumas mentalidades ainda não tem noção de propriedade, de civismo e acima de tudo de liberdade. Infelizmente se eles, os ecomalfeitores, ainda não têm noção de nada disto, acha mesmo que têm noção do que são OGM? Acha que são capazes de trazer o assunto para cima da mesa? Acha que são capazes, inclusive, de o explicar sem clichés demagógicos? Por fim, acha mesmo que Portugal está a discutir OGM?
Vi primeiro o apanhado que o Diogo fez aqui no 31. Depois vi as brincadeiras veraneantes das associações Almargem e Verde Eufémia na TV. Ficou-lhes bem irem ajudar na ceifa do milho daquele agricultor. Foi pena terem-se enganado na data.
Como castigo, aqueles filhos de Proudhon, para além da indemnização, deviam ir lá na altura apropriada da colheita (faltará para aí um mês) e certificarem-se que a fazem bem feita e que o dito senhor fica contente com o trabalho. Sempre aprendiam dois conceitos: o de maturação de culturas arvenses e o de propriedade.
É que assim fiquei com a leve sensação que existem por aí uns quantos organismos geneticamente não modificados desde o 25 de Abril e das suas ocupações. E devo-vos dizer, a bem da espécie humana, que genes estagnados são péssimos para a sobrevivência da dita! Por favor ide antes para a rua manifestar-vos contra os cruzamentos fechados na espécie humana. Sempre vos seria mais útil!
Cheguei do mergulho. E voltei a repetir a experiência deste ano (e de outros anteriores) de ir directo da noite para a praia. Directo significa que vou com altas perspectivas de encontrar uma posição cómoda para dormir. Mas o que me deixa sempre boquiaberto, não de sono mas de admiração, é as horas a que algumas pessoas entram na praia. Hoje eram 7 da manhã, ainda nem os grãos da areia estavam minimamente aquecidos, já grupos pequenos se aventuravam no areal. E posso-vos garantir que não tendo eles o mesmo objectivo que eu, lá conseguiram ir interrompendo from time to time o meu descanso de guerreiro. Há malucos para tudo!
Dia 11 de Agosto. Em 1578 morria Pedro Nunes, o matemático que em muito possibilitou os descobrimentos portugueses. Foi, sem dúvida, um dos grandes portugueses. Mas Pedro Nunes era um cristão-novo, epíteto utilizado na altura para classificar judeus convertidos obrigatoriamente ao cristianismo, pelo que os seus netos, anos mais tarde, viriam a ser vítimas da inquisição. E este crime, de que a Igreja actual já pediu inúmeras vezes perdão, resultava de uma Igreja espiritualmente débil, desnorteada, amedrontada que utilizava a arrogância e a força para se impor. Eram as suas derradeiras armas.
Eu, pelo contrário, quero uma Igreja forte, convicta, blindada e sólida nos seus valores. Sem que tal signifique um espírito ortodoxo, longe disso. Mas quero que esses valores, que essa doutrina, assente em francos pilares, seja, estritamente, de e para a Igreja. Para aqueles que a compõem, para a Ecclesia.
Não quero uma Igreja num Estado, da mesma forma que não quero o Estado no indivíduo. A Igreja no Estado fica sempre perdedora. Põe em causa a sua matriz, cai nos vícios do Estado, interfere nas opções espirituais de outros e no fim dessa relação biológica fica sempre mais fraca. Eu não a quero assim, logo não a quero no Estado. Custa muito a perceber?
HR, não é só Marx e os que caem na sua falácia a transformar o capitalismo num sinónimo de liberalismo. Nem, AA, o Estado o único a confundir mercantilismo ou corporate-welfare com capitalismo.
Sem ter de quebrar fronteiras e ir até à China, nem sequer pensar no Estado e na sua versão liberal, a verdade é que, maioritariamente e espalhados por este nosso país, os defensores do capitalismo não são mais que meros conservadores do capital. E o conservadorismo do capital foi e será sempre inimigo do liberalismo. É uma atitude quase intrínseca, uma espécie de defesa, de quem não o querendo perder, a ele capital, tenta encontrar formas de o blindar para o conservar, pois isso de abrir dá trabalho e tem riscos. Por cá também os nomes estão trocados.
A maior dúvida quanto a 2009 é a continuação de uma maioria socialista. Grande parte dos analistas não antevêem esse cenário e disparam já uma série de pré-coligações. Hipóteses de coligações pontuais, hipóteses de coligações individuais do tipo Limiano e coligações partidárias. Ou seja, aparentemente dão a maioria como perdida e saltaram já quase todos para a bola de cristal do Prof. Karamba a fim de serem os primeiros a adivinhar o futuro de Sócrates. Esquecem-se, tirando o DN de hoje, que o primeiro ensaio nuclear está a ser realizado agora, tendo Lisboa como pano de fundo. Dependendo da prestação de Sá Fernandes, assim entrará ou não o BE na realpolitik. E não se trata de uma prestação que verse Lisboa, mas sim o Partido Socialista. Logo, o Zé que "fazia falta" ao Lisboetas , a partir do momento em que passou a fazer falta ao PS e a ele se uniu, deixou de fazer falta aos eleitores: o BE vivia sob uma espécie de aura independente que uma intensa máquina de marketing mantinha imaculada de nódoas da política corriqueira. Mas agora, não haverá Skip que o proteja. Na realpolitik as nódoas pagam-se caro e a limpeza imaculada ainda mais. Por isso veja lá, Zé...não hipoteque já o BE! P.S. - tal como o PBM, também gostaria de saber quem é que encomendou o spin.
Goucha já tem um adversário à altura. No seu último programa, Chávez conseguiu manter uma transmissão de 7 horas de intensa lavagem cerebral. Nada como manipular o povo através da TV. Nem Goucha com músicos pimba tem tamanha capacidade! Por estas e por outras é que eu acho que Chávez devia ser convidado para o alinhamento deste ano da festa do Avante
Plaque with the return of Odysseus, ca. 460–450 B.C.
Desculpem esta ausência. Foram uns dias longe do blogue dedicados a outras coisas bem menos divertidas e estimulantes. Sim, não julguem que foram férias na água morna. Isso fica para mais tarde. Mas voltei. E voltei com força e de novo a postar com o meu amigo firefox, de quem já sentia saudades. Até já!
Conheci Dalila Rodrigues numa conferência sobre "Cultura, Estado e a Cidade". Foi no exacto dia em que escrevi este outro post. Lembro-me de ter ficado perplexo com a falta de autonomia dos Museus e de ter gravado na memória as reclamações apresentadas pela Directora do MNAA (Museu Nacional de Arte Antiga). O cargo assentava-lhe que nem uma luva: ciente das suas funções, independente nas suas posições, com rigor e capacidade técnica que tinham permitido quadruplicar, desde que tinha entrado para directora, os resultados financeiros e de visitas no MNAA, não escondia o orgulho e o gosto que a moviam.
Mas essas qualidades em Portugal começam a estorvar. A competência aliada à massa crítica começa a ser condenável. Vai daí, à primeira hipótese, nada como destituir Dalila Rodrigues do cargo de directora alegando discordância com o plano de gestão apresentado para os Museus, o que, embora verdade, não deixa de ser manifestamente insuficiente . Mas é verdade, porque para alguém que queria autonomia, a manutenção da esponja do Estado central sobre os Museus que são capazes de angariar mecenas directos, não é vista como ouro sobre azul. O que não quer dizer que não se mantivesse a fazer tudo por tudo pelo MNAA e a apresentar resultados extremamente positivos.
Mas, aqui e agora, a cultura é outra. A cultura veste trajes persecutórios quando o espírito soa a desavindo!