Axónios Gastos - fibras condutoras ou prolongamentos de neurónios que se encontram já consumidos.
domingo, março 30, 2008
Câmara de Comuns
É já no dia 1 de Abril, justamente por parecer mentira, que o blogue que conseguiu juntar CDS, PS e PSD - e eu garanto-vos que deu trabalho - vai arrancar. Para já ainda em testes, não é por isso que não deixa de ser notícia. Se entretanto virem algum abrandamento por estes lados não estranhem. Habituem-se também a passar por aqui:
....e já não será pior! É nestas alturas que eu entrego ao Estado funções extremamente importantes: fiscalizar, garantindo que a diminuição do IVA é respeitada por todos e não se torna numa oportunidade para aumentar margens de lucro como sucedeu nos ginásios. Mesmo que nos bens essenciais esta descida não se faça sentir, é fundamental que se assegure o cumprimento da mesma nas restantes áreas para que o efeito, já de si extra-slim, na economia portuguesa e na economia de cada um nós, tenha sentido e seja maximizado, caso contrário será uma oportunidade perdida.
Independentemente das razões que o levam a ser pró-boicote, com maiores ou menores interesses que me possam escapar, a verdade é que estou solidário com a dita postura. Um boicote à abertura dos JO não priva ninguém de dar o seu melhor enquanto atleta, não afasta ninguém das medalhas, nem confunde obrigatoriamente desporto com política - como se os Jogos não fossem também eles políticos - mas poderá pressionar bastante, espevitando, sobretudo, algumas mentes que já se acomodaram à ideia de um tibete chinês. Portugal, o país que não recebeu o Dalai Lama, é normal que não tenha tomates para uma postura igual. Já Sarkozy, depois de Carla Bruni, continua a mostrar sinais de virilidade!
Este país está entregue a fortes lobbys da indústria aviária: é governado por um Pinto de Sousa, tem como PGR um Pinto Monteiro, que no Porto é representado por um Procurador -Distrital, Pinto Nogueira, que "vai ouvir" num dos seus tribunais um tal de Pinto da Costa, mas que na verdade é este último, o galo que canta mais alto no galinheiro! P.S. este post não pretende ofender ninguém, nem envolver, entre si, nenhum dos nomes referidos.
Morreu o General Galvão de Melo. Chamavam-lhe o General "Sem papas na língua". Conheci-o pessoalmente faz hoje quinze dias, sem tirar, nem pôr. Tive a honra de ficar a seu lado nas Jornadas da Constituição, onde ele transmitiu a sua experiência na Constituinte. Aos 86 anos mantinha uma clareza e lucidez espantosas. Se soubesse que era a sua última conferência tinha-lhe pedido para se prolongar mais. A política tem-me dado grandes alegrias e conhecer um homem que teve a coragem de se afirmar numa época em que o medo era uma constante, quer por vias da acção da esquerda, quer por recordações do Estado Novo, foi uma enorme honra. Daquilo que conhecia até há 15 dias atrás, havia muito que discordava e até não gostava, mas daquilo que conheci, com o contacto pessoal, muito mais eu admirei: honra, honestidade e coragem.
De um lado uma professora que podia perfeitamente ter evitado a humilhação se tivesse sido mais inteligente. Do outro uma coisa andante que tinha um saldo negativo de pares de estalos bem assentes. Causas: a inutilidade em que a escola se tornou para muitos, a demissão das famílias na educação dos filhos e a, sobejamente conhecida, falta de autoridade da classe docente. Sendo que muitos também não a têm porque também se demitiram de estar no processo educativo, limitando-se, por vezes também mal, ao processo meramente formativo. É verdade que existirão muitas leis que poderão não ajudar, não motivar e até quase criar o desejo de atirar a toalha ao chão, mas estou quase certo que em algumas salas aquilo não se passaria, nem tão pouco seria tentado. Por isso calma com as reacções e ilações antes que venham despachos ministeriais ou propostas da oposição aumentar a manta de retalhos que é a educação.
Descobri que estou não só totalmente dependente da net, como extremamente vulnerável a ficar refém de um dispositivo insignificante a que chamamos modem. Foi por aí que eu andei nestes últimos dias: a tentar arranjar o meu precioso e, agora, extremamente importante, modem. Agora que estou de volta, resta-me pedir desculpas pela ausência.
É de reparar que as maiores reformas do PS, o tal do ímpeto extremamente reformista, continuam a incidir, não sobre o futuro do país, mas sobre as pessoas e o que de mais privado têm na sua vida. O último reduto da liberdade de cada um poderá passar pelo seu próprio corpo e pela forma como dele cuida. Desta foi a vez dos piercings. É inacreditável, mas o PS começa a ganhar contornos totalitários. Mesmo que esse totalitarismo seja higiénico ou vise melhorar a saúde de cada um, a verdade é que por muito menos se caiu em muito mais. A verdade é que as limitações a que vamos cedendo na nossa autonomia, nestes ligeiros pormenores, podem resultar num enorme e global bloqueio de liberdades. Hoje, pela mão do PS, proíbem-se os piercings e a reprodução de cães considerados perigosos. Amanhã, mesmo que se diga que existe liberdade de expressão, ela terá limites, pois muito do que poderia focar ou debater deixou de existir.
Sócrates no meio de um gabinete minimamente bem decorado e formal q.b. conseguiu meter um peluche de um dos sete anões: o "Zangado". Apenas para que pudesse referir o quão empenhado e concentrado costuma estar nos destinos de Portugal. O assessor de imagem devia também ter assinado no final da reportagem juntamente com os jornalistas!
O drogado de que já várias vezes vos falei, um morto-vivo que protege a entrada do meu prédio de um qualquer ataque jeová, pediu-me hoje a sua comissão mensal pelos estacionamentos que afirma ter assistido com técnica e especial empenho. Lá lhe dei a moedinha de Março. Em tom de desabafo diz-me ele: "Este país vai de mal a pior. Há uns tempos atrás, por esta hora, já tinha conseguido comer!" Presumo que não se referisse a comida, mas sim ao cavalo que o teima em manter vivo...ou morto! Como podem ver, até os mais agarrados têm a sua própria análise do custo de vida. O cabaz de bens essenciais é que é diferente. E as receitas também. Já o queixume, esse, também já lhes bateu à porta!
No meio de toda esta discussão em torno dos cem mil que andaram na rua, há dois pormenores que me parecem fragilizar alguns comentadores, sobretudo vindos da direita: Que mal tem e que vantagem ganham em mostrar a mulher de Costa na manif dos professores? Como se fossem verdadeiramente indivisíveis, coitados. E que razão origina aqueles, que até hoje e sempre se mostraram contra manifs, passarem de repente a adorarem-nas e a esquecerem os sindicatos, o PCP e toda as restantes condicionantes que lhes criavam alergia? Com isto não quero tirar força que seja à manif, antes pelo contrário. Até porque sei que 100 mil não são só e nem de perto, apenas os do costume a mexer. Os descontentes são muitos mais!
O Prós e Contras começa mal e da pior maneira: Do lado da República, António Reis, Maçon. Do lado da Monarquia, Paulo Teixeira Pinto da Opus Dei! E depois ainda acho estranho que pessoas próximas a mim confundam e entrelacem tudo no mesmo novelo.
Até na política a nossa vizinha Espanha segue à frente. Dá-se primeiro lá, aquilo que acontecerá por cá: Zapatero perde a maioria absoluta e o PP español, principal partido de oposição, não chega mais longe por falta de uma figura capaz. Sócrates e Menezes -caso se aguente até lá- não precisam de lançar as cartas.
Este fim de semana foi recheado e eu pouco tempo tive para vir postar. Fiquei retido, e bem, numa discussão que muitos deveriam experimentar: fiquei nas Jornadas da Constituição.
Perdi assim a oportunidade de ver 100 mil professores a exigirem a demissão de uma Ministra que tem sido autista, prepotente, pouco rigorosa, mentirosa, injusta, arrogante e incompetente. Todos os 7 pecados que me pareceram o suficiente para também eu pedir a sua demissão. E isto ainda em Março! Entretanto foram-se somando erros e más políticas que agravaram a sua situação e que pedem, de forma incontornável, a sua cabeça.
O azar é que Sócrates não pode aceitar, nem promover a sua demissão. Perdendo esta Ministra, Sócrates perde toda uma marca de arrogância pseudo-reformista que pretende manter. Já perdeu as outras, não pode perder esta. Mesmo que com isso seja a educação a sair prejudicada.
O governo está a cair em fragilidades e cansaços sucessivos e só não caiu neles mais cedo graças à presidência da União Europeia. Esta Ministra mostra-se como o último reduto de uma marca. De uma marca má, falsa, propagandística, mas de uma marca. Saindo ela, assistiremos ao principio do fim da maioria de Sócrates. Para que não o faça e a ebulição social não aumente, Sócrates terá que recuar. Saberá fazê-lo? Conseguirá acumular recuos sucessivos em áreas tão distintas e tão próximas no tempo?
Sempre que há uma crise ou que esta se agrava, vê-se uma viragem na tendência de voto para a área da esquerda. Mesmo daqueles que reconhecem que a lógica da direita para alavancar a economia e consequentemente minorar a crise, funciona. É mais uma esquizofrenia social que eu não entendo, sobretudo quando pensarmos que todas as engenharias sociais, todas os mecanismos socialistas, que soam a bóia de salvação directa e acessível nos tempos de crise, são das principais responsáveis pela perigosidade das tempestades! Juro que não entendo certos comportamentos...
Porque é o segundo tenor que perco, sim que perco, perdoem-me a presunção, num curto espaço de tempo. Porque é um a elogiar o outro. Porque é uma voz que hoje desaparece e que aqui canta das árias que mais gosto. Porque já todos, uns mais, outros menos, fomos paggliaci. E porque foi com esta ária que conheci Di Stefano.
Ridi, Pagliaccio, sul tuo amore infranto! Ridi del duol, che t'avvelena il cor!
"Possivelmente gostaríeis ou teríeis curiosidade de me ouvir falar de mim, já que vou sendo insensivelmente investido na qualidade de uma espécie de delegado nacional ou regional do Existencialismo. Mas eu jamais me disse "existencialista", embora muito deva à temática existencial e pelo Existencialismo tenha manifestado publicamente o maior interesse. É que aceitarmos um rótulo automaticamente obriga a aceitar-lhe todas as consequências, entre as quais a de nos responsabilizarmos por tudo quanto sob este rótulo se disser ou fizer."